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Opinião
30/01/2006 - 13h11
Pichação: arte ou transgressão?
Moacyr Scliar - Agência Carta Maior
 

O ativo secretário municipal do meio ambiente de Porto Alegre (RS), Beto Moesch, anunciou que um telefone estará à disposição de pessoas para a denúncia de pichadores. Em entrevista à Rádio Gaúcha, Beto Moesch descreveu a situação como uma "verdadeira guerra".

Com o que muitos leitores concordarão. Pichação é coisa antiga; já estava presente, de certa forma, nas pré-históricas pinturas rupestres das cavernas. O spray transformou esse costume numa coisa epidêmica, disseminada em todo o mundo. E que corresponde a uma necessidade destes tempos de afirmação do ego. A pichação (ou grafitti, conforme a denominação usada nos Estados Unidos) é uma forma de deixar marcas pessoais, e contestadoras, no mundo.

Mas não falta quem veja na pichação uma arte. Nos anos 70, o famoso escritor Norman Mailer escreveu um livro a respeito e, desde então, centenas de outros apareceram. Por coincidência, está sendo lançado em São Paulo "A grande arte da pichação", obra editada pelo grafiteiro Daniel Medeiros, o Boleta, com ensaio da artista Pinky Wainer, filha de Samuel Wainer e Danuza Leão.

Isto sem falar nas exposições, nos prêmios, na projeção internacional que grafiteiros famosos alcançam: o artista Basquiat incorporou a seu trabalho elementos do grafitti.

Agora: não há dúvida de que, da maneira como é feita atualmente, a pichação é transgressão. Nela, a liberdade de expressão viola direitos, em primeiro lugar o direito que a pessoa tem de morar numa casa sem pichações (isto sem falar nos prédios públicos). Não foi feito um plebiscito a respeito, mas se vocês entrarem no Google e digitarem "Grafitti art", obterão 2 milhões de referências; se digitarem "Fight grafitti", combata o grafitti, obterão exatamente o dobro. Aliás, não faltam recomendações sobre como enfrentar os grafiteiros. Por exemplo: a inscrição ou o desenho devem ser removidos o mais depressa possível (com isto, o transgressor não voltará ao local do "crime"). Telefones como o temos em Porto Alegre estão à disposição em numerosas cidades. E há grupos comunitários para limpar monumentos e prédios públicos, coisa que também temos na capital gaúcha.

Mas não seria o caso de proporcionar aos grafiteiros alternativas para a sua necessidade (artística e/ou psicológica) de expressão? Nos Estados Unidos, são numerosas as exposições, os prêmios, os cursos (um deles introduz a pichação em computador). É uma forma de mostrar aos pichadores que eles têm dois caminhos: o caminho da violação da lei, que é, no mínimo, uma dor de cabeça, e o caminho da expressão artística propriamente dita. Com o que todo mundo ganharia.

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