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Opinião
30/01/2006 - 15h36
Aprendendo história com palavras cruzadas
João Luís Almeida Machado
 

Fazer palavras cruzadas é um dos passatempos mais comuns quando estou curtindo alguns dias na praia. É divertimento dos mais práticos, pois podemos carregar facilmente as revistas e uma caneta para tudo quanto é lado. O melhor de tudo é que, comprovadamente, os passatempos contidos em revistas de palavras cruzadas ajudam a aprimorar o vocabulário, estimulam a atenção e a concentração e, de quebra, divertem muito quem os faz.

Sempre acreditei que para efetivar a educação seria necessário atrelar o trabalho em sala de aula a atividades prazerosas, daquelas bem gostosas, que integram a turma, exigem esforço e têm como recompensa uma enorme satisfação relacionada ao objetivo atingido. Boas lembranças como aquelas do tempo divertido gasto com as palavras cruzadas despertaram então a possibilidade de "cruzar" os caminhos das salas de aula com os passatempos das revistas.

Foi daí que surgiu a proposta de realizar atividades em que os estudantes tivessem que produzir suas próprias palavras cruzadas, caça-palavras e criptogramas. A experiência começou em 2004, em uma escola de Caçapava (SP), com turmas de 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio. Depois foi estendida a outros colégios, por mim e outros professores que atuam junto à Futurekids (empresa que desenvolve projetos educacionais). O melhor de tudo foi a receptividade dos alunos e a forma decidida como encararam o desafio.

Nesta primeira experiência em Caçapava (SP), definimos o que deveríamos fazer e as duplas formadas iniciaram um rigoroso trabalho de prospecção de material para a composição dos passatempos. Essa era a demanda inicial: selecionar idéias, palavras, personagens, acontecimentos e conceitos que pudessem virar parte da brincadeira. Acredito que a noção lúdica atrelada ao projeto levou os estudantes a partir com ímpeto para sua realização. Era o tal prazer que eu havia mencionado anteriormente.

Cada uma das turmas tinha pela frente temas diferentes da história. Os alunos do 1º ano estavam envolvidos com o Absolutismo e o Mercantilismo do mundo Moderno europeu dos séculos XV e XVI. A turma do 2º ano estava lidando com a Revolução Russa de 1917 que estabeleceu o socialismo naquele país. O grupo do 3º ano encarou o desafio de trabalhar com as revoltas do Período Regencial brasileiro (como a Balaiada, a Cabanagem, a Farroupilha e a Sabinada). Tendo os temas definidos, cada dupla tinha que buscar as palavras que poderiam servir para seu passatempo.

As palavras selecionadas eram então encaixadas em criptogramas, palavras cruzadas ou caça-palavras. A próxima etapa foi criar os textos, perguntas ou frases incompletas (com espaços a preencher) onde se encaixassem os termos já escolhidos. Durante todo o percurso foi necessário que os estudantes lessem e relessem o texto base da atividade, retirado dos próprios fascículos ou apostilas utilizados em aulas. Já com os passatempos prontos, os alunos fizeram um troca-troca e resolveram os jogos criados por seus colegas. Todos se divertiram e disseram ter aprendido muito com a atividade.

Como forma de conferir o aprendizado, concluímos a atividade com uma revisão dos pontos principais de cada assunto tratado pelas diferentes turmas. Para tanto, o ponto de partida para as explicações eram as palavras selecionadas para os passatempos. Por exemplo, no caso da turma do 2º ano, termos como bolcheviques, mencheviques, czarismo, socialismo ou personagens como Lênin, Trotsky e Stálin, destacados nas palavras cruzadas, criptogramas ou caça-palavras, foram o mote para as explicações sobre a Revolução Russa. Tudo ficou muito mais fácil, pois os estudantes já sabiam quem eram os principais participantes da revolução, seus objetivos, as facções envolvidas na luta, os principais momentos da luta dos socialistas...

E o melhor de tudo é que aprendemos, nos divertimos, trabalhamos com formatos alternativos, desenvolvemos nossa criatividade, pesquisamos...


Nota do Editor: João Luís Almeida Machado é Mestre em Educação, Arte e História da Cultura e editor do Portal Planeta Educação, da Futurekids do Brasil.

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