Coordenador da emergência do Hospital Copa D’Or fala sobre o aumento do número de atendimentos nessa época do ano, dos efeitos do álcool no organismo e dá dicas para os foliões passarem o carnaval sem susto, longe das emergências.

As estatísticas são alarmantes. Durante os quatro dias de folia, a emergência do Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro, observa um aumento de 140% no número de atendimentos por pequenas lesões e 10% na área ortopédica. De acordo com o coordenador da emergência do Hospital Copa D’Or, Dr. Marcelo Franco, a grande movimentação nas emergências de todo o país durante o carnaval tem um denominador comum - o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, principalmente entre os jovens.

Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), o número de acidentes de trânsito cresce em torno de 20% durante os dias de folia e as bebidas alcoólicas estão presentes em 61% desses acidentes. "O abuso do consumo de álcool é o responsável pela maioria dos incidentes na época do carnaval e as conseqüências são as mais graves possíveis. Se a ingestão de álcool for exagerada, acima dos limites recomendados, observamos alterações de comportamento, agressividade, diminuição dos reflexos, coordenação motora e até a perda da consciência", explica o médico.

De acordo com o especialista, a moderação é primordial para se evitar problemas mais sérios com a bebida. "Deve-se beber pouco, nunca com o estômago vazio e procurar se hidratar sempre com água ou sucos. Não misturar vários tipos de bebidas alcoólicas, principalmente aquelas que têm um alto teor de álcool, como a Vodka e o Whisky, também são dicas importantes", aconselha o médico. Em caso de constatação de embriagues profunda, alterações de comportamento e perda da consciência, deve-se levar a pessoa imediatamente para um pronto-socorro ou hospital, para que ela tenha um atendimento adequado.", finaliza Dr. Marcelo.

Conheça os efeitos do álcool no sangue:

0,2 a 0,3 gramas/litro: equivalente a um copo de cerveja, um cálice pequeno de vinho, uma dose de uísque ou outra bebida destilada - As funções mentais começam a ficar comprometidas. A percepção da distância e da velocidade é prejudicada.

0,3 a 0,5 gramas/litro: dois copos de cerveja, um cálice grande de vinho, duas doses de bebida destilada - O grau de vigilância diminui, assim como o campo visual. O controle cerebral relaxa, dando a sensação de calma e satisfação.

0,5 a 0,8 gramas/litro: três ou quatro copos de cerveja, três copos de vinho, três doses de uísque - Reflexos retardados, dificuldades de adaptação da visão a diferenças de luminosidade, superestimação das possibilidades e minimização de riscos, tendência à agressividade.

0,8 a 1,5 gramas/litro: a partir desta taxa, as quantidades são muito grandes e variam de acordo com o metabolismo, com o grau de absorção e com as funções hepáticas de cada indivíduo: Dificuldades de controlar automóveis, incapacidade de concentração e falhas na coordenação neuromuscular.

1,5 a 2,0 gramas/litro - embriaguez, torpor alcoólico, dupla visão.

2,0 a 5,0 gramas/litro - embriaguez profunda.

5,0 gramas/litro - coma alcoólica.