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Crônicas
26/02/2006 - 15h42
Pensando como o vírus
Moacyr Scliar - Agência Carta Maior
 

É um risco para seres humanos a gripe aviária? A esta altura, com cerca de uma centena de casos registrados, a resposta infelizmente é afirmativa. Mas qual é o tamanho desse risco? Estaremos diante de uma ameaça semelhante à gripe espanhola de 1918? Isto depende basicamente de dois fatores: do vírus e de nós próprios.

Estamos acostumados a ver vírus, e germes em geral, como inimigos traiçoeiros e insidiosos, que, à semelhança dos terroristas, querem fazer o maior número de vítimas possível. Mas será que isto corresponde à realidade? Provavelmente não. Para começar, temos bactérias como hóspedes em nosso corpo, ajudando nas funções digestivas. Mesmo os germes patogênicos seguem uma certa lógica. Para eles não é uma boa dizimar a população na qual se instalam, seja ela humana ou animal. Se isto ocorrer, é o fim dos próprios germes - e, diferente dos atuais terroristas, eles não são suicidas. Para o vírus da gripe aviária, diz o doutor Christian Drosten, diretor de virologia do Instituto Bernhard Nocht (Alemanha), não seria conveniente trocar a abundante população aviária por seres humanos; por isso só se têm infectado as pessoas que mantiveram contato direto com aves doentes. Às vezes, prossegue o doutor Drosten, surgem mutações virais, mas a maioria delas é mortal para o próprio vírus - a menos que a mutação revele-se favorável diante das circunstâncias em que vive o vírus. É o que deve ter acontecido em 1918. Uma mutação, ou uma série de mutações, coincidiu com uma época de fome e de miséria que favoreceu a multiplicação do vírus em pessoas; daí a epidemia. Para evitar mutações é preciso intervir no processo de reprodução do vírus. No caso do H5N1, isso significa eliminar as galinhas infectadas, o que já está sendo feito.

Mas há coisas que as pessoas também podem fazer. Em primeiro lugar, tomar precauções quando de viagem para áreas atingidas. Não convém, por exemplo, visitar fazendas ou parques em que existam aves domésticas ou selvagens. E há duas providências que valem para viajantes e não viajantes, com ou sem epidemia. Em primeiro lugar: cuidem com a higiene da alimentação. Carne de galinha, só muito bem assada ou cozida, inclusive para evitar o problema da salmonela, uma bactéria muito freqüente em qualquer lugar do mundo. E lavem as mãos com sabão líquido, especialmente antes de comer.

Nós aqui, os vírus lá. Uma separação mais do que desejável, mesmo que estejamos pensando como eles, ou principalmente se estamos pensando como eles.

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