Façam uma visita ao belo sítio Colcha de Retalhos, de Helena Sut - www.helenasut.net -, e depois me digam se não é mesmo uma dádiva ter a oportunidade de passar horas e mais horas na companhia dessa cronista abençoada. Sempre que meus informantes em Curitiba mandam dizer que ela está de malas prontas para o Rio, já no dia seguinte telefono avidamente para a casa de seus pais, onde costuma ficar, a fim de marcar um encontro, antes que o seu grande círculo de amizades descubra que ela se acha entre nós. Não posso reclamar. Tenho dado uma sorte de megassena nos últimos dois anos. Em geral, combinamos um almoço, e um longo passeio sem destino pelas ruas do centro da cidade, num périplo delicioso que acaba lançando suas âncoras no Bar do Amarelinho, junto à Cinelândia. E dá-lhe conversa... Conversa, chope, e a água tônica deste ex-biriteiro. Homem de poucas palavras no trato pessoal, fico impressionado com a fluência de Helena em discorrer sobre arte e cultura, livros e filme, atualidades e política, e mesmo sobre as menores coisas do cotidiano - mania de cronista -, num só requinte de gestos, olhos belíssimos e um rosto lindo. Curiosamente, tudo me parece familiar em minha amiga. Apesar da grande diferença de idades, às vezes tenho a impressão de que fomos companheiros de infância, e que um dia, por artes de minha própria fantasia poética, tivemos e compartilhamos os mesmos sonhos literários. Sem exagero, a gente sai de um encontro com Helena com a alma lavada. Façam a experiência.
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