A história que repercute no dia político do país lembra uma história que aconteceu aqui em BH há algum tempo atrás. Pimenta da Veiga - considerado pelas mulheres da cidade o tucano mais bonito até o aparecimento de Aécio Neves - saiu candidato a Prefeito, foi eleito com maioria folgada e deu início ao seu mandato. Uma de suas promessas de campanha era a de que cumpriria o mandato até o final. Só que, no meio, resolveu dar um tomé no eleitorado e saiu candidato à Governador. Perdeu feio e perdeu duas vezes: tanto a eleição como a credibilidade. Desde então, vêm perdendo eleição até para síndico do prédio onde mora, em Brasília. Teve que sair daqui fugido que nem boi ladrão. Hoje, ninguém sabe mais quem é esse senhor. Uma das promessas da campanha de José Serra é de que cumprirá o mandato até o final. Um sinal de que a casa pode cair já foi dado pelo surgimento de faixas pela São Paulo metrópole exigindo o cumprimento da palavra dada. Como mentira não tem extensão, Serra já deu o recado de que só aceita a unanimidade interna para largar a boca da qual desfruta. Mas, como ambição não têm limites, o atual prefeito já está pressionando as bases para que seja "premido" por elas. Essa indefinição, bem ao estilo tucano, esbarra na manifesta decisão de "Chuchu" Alckmin em ir à convenção. "Chuchu" controla a maioria dos diretórios tucanos no Estado de São Paulo e não vai dar mole, pois é vegetal só na aparência. Caso quebre a promessa feita (e ele está louco para parti-la em pedacinhos), José Serra já sabe que vai perder a pouca capilaridade que lhe resta. As pesquisas mostram que, depois de tudo que fizeram para denegrir a imagem e chamá-lo de cúmplice, o atual Presidente continua com boa posição perante o eleitorado, em todas as faixas, da letra A à letra Z. Serra já perdeu uma vez. E agora? Será que com a urucubaca da quebra da promessa, ele vai ser vizinho de Pimenta da Veiga? E como promessa é dívida, tá na hora de se fazer um retrospecto daquilo que foi prometido na campanha de Lulinha paz e amor. Até o momento, nada do prometido foi implementado como deveria ser. A única coisa que fechou com lucro foi o balanço de qualquer instituição bancária. A produção está a níveis micronésios. O emprego? Ninguém sabe dele. Não se trabalha e não se produz e pronto. O interessante é ficar rolando dívida e "fortalecendo" a moeda, num continuísmo que faz o país e a sociedade pagarem mico atrás de mico. A única coisa no cenário que vai chegar diferente na boca da urna vai ser a configuração partidária. A fusão de legendas vai acontecer porque ninguém quer perder a chance de mamar nas tetas da viúva. Quanto ao resto? Não passam de promessas de campanha. Tudo mentira.
Nota do Editor: Luiz Sergio Lindenberg Nacinovic é jornalista.
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