Hepatite C, embora recentemente diagnosticada, já é um problema de saúde pública mundial. Epidemia silenciosa, a Hepatite C já tem cerca de 200 milhões de pessoas cronicamente infectadas no mundo, sendo que, no Brasil, estima-se que sejam cerca de 2 a 3 milhões no Brasil. A Hepatite C é uma doença perigosa, pois raramente apresenta sintomas, e pode destruir o fígado lentamente. Juntamente com o alcoolismo, a Hepatite C é a principal causa de cirrose hepática e de transplantes de fígado no mundo, podendo também causar câncer primitivo de fígado. O mais preocupante, porém, é que a maioria dos portadores desconhece sua condição, uma vez que a doença, em geral, evolui silenciosamente, sem apresentar nenhum sintoma. Além disso, a comunidade também desconhece a gravidade da doença, uma vez que a Hepatite C compete injustamente com uma outra doença, igualmente gravíssima, mas muito mais conhecida: a AIDS. Esta recebe do governo brasileiro, atualmente, 13 vezes mais investimentos para campanhas educativas do que as Hepatites. No entanto, poucos sabem que a Hepatite C contamina sete vezes mais brasileiros do que a AIDS e, por isso, mata mais. Dados recentes nos Estados Unidos sugerem que no último ano a mortalidade anual decorrente da hepatite C (através da cirrose ou do câncer) - cerca de 10.000 óbitos - já superou a mortalidade anual pela AIDS. É possível que isto esteja ocorrendo também no Brasil, embora não haja dados oficiais. Segundo João Galizzi Filho, presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), "É fundamental alertar a população para a gravidade da Hepatite C. A população é muito mal informada sobre essa doença silenciosa que hoje faz mais vítimas que o vírus HIV e para a qual não é dada a devida atenção, seja por meio de campanhas esclarecedoras, seja pela destinação de verbas para medicamentos".
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