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Opinião
13/03/2006 - 18h03
A mulher e a família
José Nivaldo Cordeiro - Parlata
 

Confesso que jamais tive simpatias por datas político-comerciais do tipo Dia Internacional da Mulher. Desde o início esse tipo de "comemoração" dá à efeméride um tom de luta ou disputa contra o masculino, visando estabelecer o dissenso entre os sexos e minar a instituição do casamento. Pior, objetivam a politização da relação homem/mulher, contra o pai, o irmão, o namorado... Essa militância contra o homem tem sido uma das falsas causas da esquerda política que virou consenso nos salões dos bem pensantes e a mim me pasma não ver ninguém questionar. Virou consenso. Ocorre que há, por natureza, uma unidade masculino/feminino na união conjugal que não cabe nem discutir: o dois se faz um numa relação que é o fundamento da saúde psíquica da humanidade.

Tudo que conspira contra essa unidade é nocivo e contribui para a disseminação do mal. Penso que boa parte das chagas sociais que envolvem a juventude está ligada à quebra do núcleo familiar. Não apenas perdeu-se o caráter sacro do matrimônio, mas caminhou-se para o pólo oposto: casamentos sucessivos têm sido a regra, numa forma de poligamia sem disfarces. Na prática, destruiu-se a forma monogâmica de casamento. Pessoas com idade inferior a cinqüenta anos dificilmente escaparam ou escaparão das sucessivas núpcias, uma imposição dos novos tempos, marcados pela facilidade do divórcio, não apenas no campo legal, mas na disposição dos espíritos. Essa "conquista" feminina é precisamente o seu contrário, em prejuízo de todos os envolvidos, mas sobretudo das crianças.

Esse prejuízo vê-se na coisificação da mulher e do sexo, algo que antes era típico do masculino em sua forma negativa. Vivemos tempos de um Don Juanismo às avessas. A banalização do sexo ficou tão escancarada que já não há mais diferença nem de vestes, nem de hábitos e nem de linguagem entre o que se chamava antigamente de "moças de família" e as profissionais do sexo. A única diferença entre elas é que algumas cobram pelo serviço, nada mais. O reinado de Dionísio como que se estabeleceu por aqui. Don Juan representa o papel da revolta do homem contra os fariseus do falso moralismo. E sua congênere feminina? Nada parecido, vê-se apenas a degradação da mulher da forma mais funesta.

A causa da homossexualidade anda de mãos dadas com essa politização do feminino contra o masculino. O homossexualismo como militância política tem no feminismo - dê-se o nome à Besta - a sua contraparte. E a multiplicação dos homossexuais deriva precisamente da quebra do casamento convencional. A "opção" redunda da imposição de circunstâncias, com destaque para a ausência no lar da figura masculina e a sua desvalorização conseqüente. Homens passaram a querer ser como mulheres, a completa inversão da natureza das coisas. E fizeram disso bandeira política, algo que deveria ficar restrito à esfera do privado. O homossexualismo feminino tem a mesma raiz, a mulher tenta fazer-se homem na ausência psíquica de um de carne e osso.

Não há dúvida de que a singularidade do que chamamos de Ocidente, especialmente em oposição ao Islã e às culturas tribais, está na forma em que é tratado o sexo feminino. A tradição cristã sempre cumpriu à risca a idéia paulina de que "Deus não faz acepção das pessoas" e que "na assembléia dos santos todos são iguais". É verdade que a Igreja Católica não ordena mulheres, uma tradição dos primeiros tempos da Igreja. Afora isso, as nações em que as diversas formas de cristianismo prevalecem e dão o fundamento cultural são os lugares em que mulheres podem realizar-se enquanto ser, podem estudar, trabalhar, comandar. Podemos afirmar que no Ocidente, e só aqui, há verdadeira igualdade de direitos entre os sexos.

Paradoxalmente, cada vez mais mulheres não constroem família e têm prole fora do casamento convencional. Vejo aí a raiz da desestruturação em que as crianças ficam psicologicamente fragilizadas, sem um modelo de pai, vale dizer, de homem para seguir. A presença única da mãe é um referencial insuficiente para formar a psique dos jovens. Sexo, droga e violência não os falsos substitutos, advindos dessa permissividade típica do reino da Mãe. É de se perguntar se não estamos vendo o barco afundar, ou seja, os fundamentos da liberdade conquistada no Ocidente serem perdidos. Nossa liberdade consiste precisamente na preservação da liberdade das mulheres. A desordem dos lares leva a um movimento oposto, em prejuízo de todos. É uma ameaça ao exercício da liberdade das futuras gerações.


Nota do Editor: José Nivaldo Cordeiro é executivo, nascido no Ceará. Reside atualmente em São Paulo. Declaradamente liberal, é um respeitado crítico das idéias coletivistas. É um dos mais relevantes articulistas nacionais do momento, escrevendo artigos diários para diversos jornais e sites nacionais. É Diretor da ANL - Associação Nacional de Livrarias.

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