Sair de barco, mergulhar apreciar o fundo do mar, peixes e animais marinhos, todas as belezas das ilhas, golfinhos e às vezes até uma baleia. Tudo muito lindo, fascinante, mas às vezes ocorre de estarmos enjoado, "mareado", e aí lá se foi um dia perdido, você queria estar em terra firme.
O enjôo ocorre especificamente no ouvido interno: o labirinto. Ele é responsável pela nossa orientação e equilíbrio. Uma estrutura em forma de espiral que contém um líquido que se movimenta conforme nos mexemos, que possuem pequenos sensores que enviam estímulos nervosos para o cérebro. Junto com ele, outros componentes do sistema sensorial, a visão e o tato são responsáveis pelo nosso equilíbrio.
As pessoas são diferentes, têm organismos diferentes e respondem de uma maneira diferente aos sintomas. Indivíduos podem enjoar andando de carro, em algum brinquedo do parque de diversões, numa brincadeira de criança ou simplesmente não enjoar.
O fato é que você tem que saber em que nível está e tomar as providências para evitar a evolução dele. Alguns instrutores de mergulho costumam destinar um tópico em seus cursos para esse caso, orientando ainda em terra as maneiras de como prevenir, para que o seu check out não seja tão estressante. Outros preferem não dizer nada em todo o curso para mostrar que ele é o "lobo do mar", que pode acontecer com todos menos com ele, e quando chega ao ponto de mergulho, ele também acaba correndo ao banheiro do barco para dar uma lavada no vaso e imediações. É importante orientar todos os iniciantes, isso também faz parte do mergulho.
Para quem enjoa muito, existem medicamentos como Dramin e Dramamine que reduzem a sensibilidade do labirinto. Conforme prescrição médica, devem ser tomados com no mínimo 3 horas de antecedência antes de embarcar. É claro que esses medicamentos, como outros, provocam um efeito colateral: o sono.
Por isso, temos outras maneiras de não enjoar. Anote aí: ao entrar na embarcação procure um local ventilado, onde possa observar o horizonte, ter uma visão clara de toda a região. A visão é responsável pelo início da disfunção do labirinto. Evite viajar dentro da embarcação, onde tenha saída de gases, cheiro de gasolina e diesel. Evite também ler e escrever. Fique à vontade, converse com as pessoas e aprecie a natureza.
À respeito da alimentação, não ingira bebidas alcoólicas no dia anterior, evite alimentos fermentados e não coma demais. Não embarque de estômago vazio também, isso não é bom. Se mesmo assim você enjoar, não force o vômito, deixe-o sair naturalmente para não causar irritação do estômago. Não corra para o banheiro, que às vezes você acaba deixando a maior parte no meio do caminho, principalmente se o banheiro da embarcação estiver localizada no interior da mesma e se ao chegar lá, alguém estiver ocupando-o. Não fique envergonhado, vomite no mar, note apenas se não tem nenhum companheiro seu embaixo. E lembre-se: os peixinhos agradecem. Atenção, não tome nada do tipo Plasil ou similares pois você não tem nada nele e sim no labirinto.
Não tome nada após o vômito, seu estômago pode estar irritado e isso não será bom para ele. Não pule na água. Alguns amigos, com o objetivo de ajudar, dizem para você pular na água e segurar nos cabos da embarcação. Observe uma coisa, se você está "mareado", é porque o barco está chacoalhando, o mar não está calmo, e se você cair na água vai continuar passando mal.
Às vezes pode acontecer de você não estar muito bem na embarcação, descer para o mergulho e enjoar no fundo. Caso isso ocorra, tire o regulador da boca, mantendo-o à mão e vomite, retornando-o à boca. Não vomite no regulador, pois isso pode danificá-lo, obstruindo-o evitando seu funcionamento. E lembre-se: não faça isso em seu parceiro.
Para aqueles que são felizardos, e não passam mal aí vai um conselho: evite gozações, ajude a pessoa que está passando mal, não à exponha perante seus colegas pois ninguém está livre desta situação, e com certeza seu dia também chegará.
