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Ano 2 - Nº 14 - Ubatuba, 15 de Novembro de 1998
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Náutica

· Campeões se reúnem em Ilhabela
    Ricardo Faria
    holy@ubaweb.com

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Quem imagina ser fácil a vida de nossos campeões está enganado. Embora seja o esporte que mais medalhas olímpicas oferece ao país a vela ainda não tem o respaldo necessário, principalmente dos setores governamentais responsáveis pelo oferecimento de uma boa infra-estrutura de apoio, ainda que o nome do Brasil esteja em jogo a cada competição. Mas, mesmo assim, a moçada luta e chega na frente, uma questão de idealismo e muita força de vontade.

Está na hora dos responsáveis pelas decisões no esporte nacional voltarem os olhos para a água, para a vela, ofertando o amparo que os nossos iatistas tanto merecem. Aí sim, o bicho vai pegar e a moçada vai ganhar todas. Nessas alturas o nome do país vai lá pra cima. Muitas empresas já perceberam isso e estão patrocinando.

Idelfonso Witoslawski Jr. (esq.) com Torben Grael - Foto: © Ricardo Faria
Idelfonso Witoslawski Jr. (esq.) com Torben Grael. O comandante do Gosto d'água, Jr. afirmou: "a 25ª Semana de Vela foi fantástica. Os grandes campeões nacionais em todas as categorias estiveram presentes brigando junto, mais do que isso é impossível. O Gosto d'água como sempre está incomodando, ficamos em segundo lugar e por pouco não ganhamos em Ilhabela. No ano passado levamos a Santos-Rio, o Cone Sul e somos os atuais campeões brasileiros. O nosso barco é um racer completo, com tudo dentro. Participamos de todos os grandes eventos do país, estamos lá no sul e é longe para vir. Andamos sempre com os maiores velejadores e isso é muito gratificante. Tentamos um patrocínio maior já que a Plastkolor, minha empresa, é pequena e custa caro fazer vela no Brasil, numa faixa de cem mil dólares anuais para poder correr todos os eventos, pagar pessoal, passagens de avião, transporte do barco, velas, equipamentos e reparos. A tripulação está muito bem montada, comigo, Alessando, Marcelo, Valtinho, Paradeda e Buchecha esses dois fazem parte da equipe olímpica nacional. Temos um campeão de Laser Radial e dois bi-campeões mundiais de Snipe que fazem parte da equipe de vela do país. Se tivermos apoio, através de um bom patrocínio, dá para segurar essa garotada."

Robert Scheid - Foto: © Ricardo Faria
Robert Scheid: "sou do Iate Clube Santo Amaro, na represa de Guarapiranga, onde moro. Venho muito à Ilhabela nos finais de semana para treinar, tenho casa aqui o que facilita. Para mim esse foi um ano muito bom internacionalmente, conquistei a Semana de SPA, na Holanda e o Campeonato Holandês, os dois na classe Laser. Fui vice campeão na Semana de Quio, um evento tradicional. Tem a Semana de Korki, no Canadá e um calendário bem extenso lá fora. O objetivo é o Campeonato Mundial, na Austrália, em janeiro de 99, onde tentarei o tetra campeonato mundial. Depois o Pan-americano e a Olimpíada de Sidney em 2000.

Estou vendo a náutica e a vela, diria a equipe olímpica, com bons olhos. A estrutura que temos nesses quatros anos depois de Atlanta visando Sidney está muito boa em relação a preparação olímpica.

É preciso ainda uma melhor estrutura para que se forme uma futura geração para 2008 e 2012. Necessitamos de mais trabalho de base para que as pessoas comecem a velejar, coloquem o primeiro barco na água e animem a criançada. E para os que desanimam a gente tem que dar mais força.
Essa Semana de Vela foi muito especial por vários motivos, o primeiro deles é que competi no Mitsubishi que tem uma tripulação profissional.

Velejar de Laser e de Oceano: para mim é muito interessante, estou acostumado a fazer minha preparação e a velejar sozinho de Laser. Na Oceano com dez pessoas no barco cada um com sua função tudo muda, como tático tomo as decisões em relação as manobras a serem realizadas, de que lado ir na raia e de que forma se deve velejar. É importante me comunicar bem com a tripulação e poder tirar um bom desempenho do barco. É muito diferente, tenho muito o que aprender na Classe Oceano. É mais fácil se vir de uma classe Laser e ser bom na Oceano do que ao contrário. O caminho é sempre esse: de barcos pequenos para maiores."

Jadir Serra (Sussurro do Lobo) com Roberto Candusso - Foto: © Ricardo Faria
Perguntamos a Jadir Serra (Sussurro do Lobo) na foto com Roberto Candusso como é essa de ganhar todas? "dessa vez foi mais difícil, tivemos varias avarias e vento bom para todo mundo, sem contar com Alcatrazes que na ida teve vento fraco e para nós foi uma das melhores regatas, cambamos junto com a IMS com dois barcos atrás o Mitsubishi e o Netunus. Na volta, virou o tempo e pegamos um Sudoeste rápido, cruzamos a linha as nove da noite e começamos o campeonato com um primeiro lugar. Nos últimos dias com o vento mais forte chegamos a perder um spinaker ficando sem velas, recuperamos e tiramos segundo lugar. Na última rasgamos uma vela na saída, mesmo assim recuperamos e chegamos em segundo o que garantiu o campeonato, muito disputado com quarenta e poucos barcos na RGS.

Nossa tripulação: Jadir Serra, Roberto Candusso, Ricardo e Marcelo Abud, Renan Carneiro Freire, Olavo, Marcos (Santos) e mais dois amigos do Rio de Janeiro, Marcelo e Gustavo.

Acho que a Semana de Vela de Ilhabela é o evento mais disputado do país, muito bom todos os dias, o melhor circuito que corri nos últimos dois anos. Quanto a passar para a IMS a idéia está firme, assim que se venda o Sussurro vamos batalhar um barco.

Após as etapas do Paulista, vamos para a Santos-Rio, Circuito Rio, correr em Angra e finalmente participaremos da última etapa do Paulista, em Ilhabela. A questão do patrocínio está amadurecendo mais e estamos atrás, é mais do certo que temos que trocar de barco e partir para a IMS."

Ricardo Lebreiro com Erika Lessmann - Foto: © Ricardo Faria
Ricardo Lebreiro na foto com Erika Lessmann mora em Niterói e é o instrutor da equipe de vela da Escola Naval do Rio de Janeiro: "estou vendo essa Semana de Vela com muitos barcos novos e a introdução do mastro de fibra de carbono nos barcos de Torben e Eduardo de Souza Ramos, outros estão utilizando esse novo material. E só deu o ILC 30 uma classe que anda muito na IMS uma classe que cresce. Na RGS houve uma diminuição de barcos.

Um evento muito bem organizado, apenas acrescentaram uma regata chamada Alcatrazes no sábado anterior que não pudemos vir já que demandaria muito tempo à disposição de um campeonato, uma semana inteira. O bom era manter como antigamente, na quarta, quinta, sexta e sábado.

Corremos no Albatroz, na RGS, ficamos em quarto no geral e perdemos o terceiro lugar por um ponto. A moçada da tripulação, alunos da Escola Naval, ficou feliz. Juntamos o útil ao agradável em mais essa Semana de Vela."Fim do texto.
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