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Ano 2 - Nº 19 - Ubatuba, 18 de Abril de 1999
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· Carta Aberta - Abuso policial na Tamoios
    Luiz Paulo de Souza
    luizpaulo@dpz.com.br

Senhores Prefeitos,

Já há algum tempo tem sido observado nos Policiais Rodoviários, (a exemplo do caso relatado abaixo) e no Posto Rodoviário logo após a descida da serra, intenção deliberada de retardar ao máximo nossa chegada ou saída do Litoral Norte. Eles ficam plantados no meio da pista ameaçadores, atrapalhando o fluxo. Em muitos finais de semana prolongados chegou-se a pegar congestionamento parado muito antes de começar a serra e o causador é sempre a lentidão causado pela existência inadequada nos dias de hoje, daquele Posto Rodoviário na entrada de Caraguatatuba e a atitude deliberada de segurar o trânsito. Isso é um fato já conhecido pelos usuários porque é só passar esse ponto e acaba o congestionamento como num passe de mágica. Muitas pessoas já acham que não vale mais a pena ir para o Litoral Norte devido ao congestionamento. Estão procurando outros locais para investir e gastar seu dinheiro. Esse ponto atinge diretamente seus municípios, portanto, penso que está na hora dos senhores se manifestarem. Os guardas tem que ser treinados a receber turistas e não atrapalhar e aborrece-los. Não faz sentido todo o empenho na modernização das cidades do Litoral Norte para melhorar serviços e arrecadação, se na porta de entrada tem gente fazendo corpo mole, pouco caso do nosso dinheiro. Isso afugenta o turista e conseqüentemente as divisas tão importantes para seus municípios, não dá mais para fazer de conta que nada acontece, que não estão vendo. Uma coisa é o tráfego intenso pelo número de veículos, outra é um bando de policiais despreparados na porta de entrada, dá a sensação de que não somos bem-vindos.

O CASO

No domingo durante a volta do feriado prolongado, foi possível visualizar no início da subida da serra diversas placas dizendo "Acostamento liberado nos feriados prolongados", além disso haviam guardas e cones na pista incentivando as duas faixas na Tamoios (a via normal mais o acostamento). Mesmo assim, o tráfego estava infernal, tanto na faixa normal como na faixa liberada do acostamento. Isso porque haviam informações não confirmadas nem sinalizadas pela Polícia Rodoviária de que a Rodovia Oswaldo Cruz que liga Taubaté a Ubatuba estava interditada por queda de barreira.

Logo, eu que vim de Picinguaba em Ubatuba, tive que subir pela Tamoios que é muito mais longe.

Pois bem, já na altura de Jambeiro, poucos quilômetros antes da ligação com a Carvalho Pinto, exatamente em frente onde fica uma tal Igreja chamada Rosa Mística, depois 7 horas de congestionamento intenso numa curva em "S" fechada, haviam alguns guardas de tocaia, reduzindo a velocidade do tráfego para anotar em pranchetas as placas de todos os carros que passavam pelo acostamento "liberado". Chegavam ao cúmulo de parar o  tráfego  para  não  deixar  de anotar  nenhum  carro,
muitos obviamente ao ver aquele monte de guardas na espreita, voltavam para a faixa normal, outros não conseguiam e ali virou uma bagunça, afunilando abruptamente tudo numa faixa só.

Levei 8 horas e 30 minutos de Picinguaba (Ubatuba) até São Paulo, quando se leva no máximo 4 horas, porque havia um bando de guardas que ao invés de estarem sinalizando e ajudando os motoristas nos pontos perigosos dessa Rodovia, estavam covardemente de tocaia desrespeitando sua própria sinalização de que o acostamento estava liberado. Assim como muitos, eu fui induzido pela Polícia Rodoviária a trafegar pelo acostamento e não havia em nenhum outro ponto à frente sinalização de término ou interrupção do uso do acostamento.

O motivo de todo o trânsito era esse bando de policiais desocupados atrapalhando e segurando o tráfego ao invés de fazerem ele fluir com rapidez. Não é preciso dizer que após essa barreira policial o trânsito fluía normalmente sem problemas até a Capital.

Acho isso um caso grave de desrespeito público que deve ser investigado porque trata-se de uma arbitrariedade contra nós, além do imenso prejuízo de horas pedidas, combustível adicional, poluição adicional, desgaste físico e muita paciência que obviamente a Polícia Rodoviária não está preparada para indenizar-nos, ainda querem nos multar por seguirmos suas orientações. Pessoalmente penso que todos os policiais deveriam ser demitidos a bem do serviço público pelos prejuízos acima causados, pois exceto no começo da serra e neste ponto crucial, não havia um único cidadão fardado trabalhando em nosso favor pelo que nós pagamos para eles. Só contra nós.

Espero do Comando da Polícia Rodoviária esclarecimentos públicos sobre essa tocaia que eles prepararam para nós, com a intenção clara e proposital de retardar nossa volta e arrecadar imoralmente. Isso merece boletim de ocorrência policial, CPI, investigação e punição dos responsáveis.

A Polícia Rodoviária tem que trabalhar para que nossa ida e volta do Litoral Norte seja rápida e eficaz, e não ficarem plantados igual bananeiras ameaçadoras no meio da pista fazendo com que motoristas andem a 10 quilômetros por hora com medo de serem multados e para não atropelá-los.

Até parece que é proposital para não sentirmos vontade de gastar nosso dinheiro no Litoral Norte devido ao congestionamento. Parece que os policiais locais não nos querem lá com nossa divisas para a região.

Estão esquecendo que não somos bandidos, somos contribuintes.

Gostaria de saber da Polícia Rodoviária quais serão as providências e não justificativas.

Nota do Editor: este texto foi enviado via e-mail para as Prefeituras e Câmaras Municipais do Litoral Norte, para a CBN e para a Polícia Rodoviária.Fim do texto.
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