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Ano 2 - Nº 19 - Ubatuba, 18 de Abril de 1999
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Ecologia
· Compromisso com a Agenda 21
    Roberto Francine Jr.
    estalage@iconet.com.br
    http://fly.to/estalagem

"A humanidade se encontra em um momento de definição histórica. Defrontamo-nos com a perpetuação das disparidades existentes entre as nações e no interior delas, o agravamento da pobreza, da fome, das doenças e do analfabetismo, e com a deterioração contínua dos ecossistemas de que depende nosso bem-estar. Não obstante, caso se integrem as preocupações relativas a meio ambiente e desenvolvimento e a elas se dedique mais atenção, será possível satisfazer às necessidades básicas, elevar o nível da vida de todos, obter ecossistemas melhor protegidos e gerenciados e construir um futuro mais próspero e seguro. São metas que nação alguma pode atingir sozinha; juntos, porém, podemos em uma associação mundial em prol do desenvolvimento sustentável."

"O cumprimento dos objetivos da Agenda 21 acerca de desenvolvimento e meio ambiente exigirá um fluxo substancial de recursos financeiros novos e adicionais para os países em desenvolvimento, destinados a cobrir os custos incrementais necessários às ações que esses países deverão empreender para fazer frente aos problemas ambientais mundiais e acelerar o desenvolvimento sustentável. Além disso, o fortalecimento da capacidade das instituições internacionais para a implementação da Agenda 21 também exige recursos financeiros..."

Com estes textos extraídos do preâmbulo da Agenda 21, que foi elaborado a quase sete anos atrás, pretendo afirmar que a crise econômica mundial que estamos vivendo hoje 1999 deverá ser um divisor de águas entre o modelo de economia capitalista - neo liberal e uma nova forma de relação econômica entre os países, sob pena de não mais conseguirmos atingir os objetivos de garantir às gerações futuras, QUALIDADE DE VIDA.
O sacrifício que os governos dos países pobres e em desenvolvimento, estão obrigando as suas populações a se submeterem, para manter um capital especulativo em seus sistemas financeiros - econômicos, é injusto.
O montante de recursos especulativos que circulam pelo mundo, seriam suficientes para acabar com a fome no planeta, porém dentro deste modelo de desenvolvimento perverso, cada vez mais seres humanos caminham para a trincheira da fome, e nada está se fazendo para que os recursos financeiros sejam aportados em prol da humanidade. São poucos se beneficiando da grande maioria.

Além das questões monetárias, existe também a questão dos recursos naturais. "Dado o caráter finito da Espaçonave Terra e a fragilidade da biosfera, exposta a emissão dos gases estufa, o crescimento quantitativo ilimitado da produção material não pode, é óbvio, se sustentar eternamente. Se quisermos deter a exaustão irreversível do 'capital da natureza', tanto como fonte de matérias-primas quanto como depósito para os resíduos, o fluxo de energia e de materiais deve ser contido".

No inicio deste mês, mais uma vez, a Amazônia é noticiada como local de saque de madeira de forma ilegal. Assim como estes fatos acontecem aqui no Brasil, acontecem também em outros países pobres.

A falta de recursos se dá principalmente porque estes são aportados para os países desenvolvidos em forma de juros de dívida externa e lucros gerados pelo sistema financeiro, na tentativa de manter capital especulativo na economia. Isto cria um círculo vicioso punitivo, dentro do próprio modelo econômico atual, e, impossibilita que os países subdesenvolvidos, destinem verbas para produção, fiscalização e pesquisa de novas formas de exploração economicamente sustentável dos recursos naturais.

Isto tem que mudar, nossa geração tem que buscar soluções para os problemas que está deixando para as gerações futuras. Faça sua parte. "Pense globalmente e aja localmente..."

Nota do Autor:
· Agenda 21: Conferência das Nações Unidas sobre meio ambiente e desenvolvimento (Documentos Ambientais - Secretaria do Meio Ambiente - Governo do Estado de São Paulo, 1997)
· Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio ambiente / Ignacy Sachs (Studio Nobel - Fundap, 1993)Fim do texto.
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