SÍNDROME DO PÂNICO
(Existe uma saída)
Paulo César Arnoni Franco
arnoni@iconet.com.br
Na mitologia grega, Pã, um deus grego, tinha chifres e pés de bode. Ele aparecia repentinamente, assustando e causando terror entre os pastores e camponeses. Daí a palavra "pânico" significar medo, pavor, violento ou repentino. Uma crise de Síndrome ou Distúrbio do Pânico, caracteriza-se por crises súbitas, sem fatores desencadeantes aparentes e, frequentemente incapacitantes, podendo durar vários minutos, e é uma das situações mais angustiantes e desesperadoras que pode ocorrer a alguém. Doença rara há 2 ou 3 décadas, hoje é evento frequente nos consultórios dos especialistas, conforme mostram pesquisas recentes, que cerca de 2 a 4% da população mundial é acometida por este mal, que é considerado um sério problema de saúde e tido como o mal do homem moderno. Mas, o que causa tal Distúrbio, e qual o motivo do grande aumento do número de casos hoje? De acordo com algumas teorias de especialistas, o sistema de "Alerta" normal do organismo, (o conjunto de mecanismos físicos e mentais que permite que uma pessoa reaja a uma ameaça) tende a ser desencadeado desnecessariamente na crise de pânico, sem haver qualquer perigo iminente ou real. Os especialistas não sabem porque isso acontece ou porque algumas pessoas são mais suscetíveis ao problema do que outras. Ainda existem estudos que associam o mal à elementos estressógenos tão comuns na vida moderna, surgindo daí e expressão "Mal do homem moderno".
A pessoa depois de ter uma crise de pânico, por exemplo, enquanto dirige, faz compras, ou dentro de um elevador, pode desenvolver medos irracionais, (fobias) destas situações e começar a evita-las, conforme ocorre na maioria dos casos. Gradativamente, o nível de ansiedade e o medo de uma nova crise pode atingir proporções tais, que a pessoa se torna incapaz de fazer qualquer coisa, de ir a qualquer lugar, e até mesmo de ir até o portão de sua própria casa.
Os principais sinais e sintomas que podem diagnosticar a Síndrome, são: dor no peito, parestesias nas mãos ou pés, tonturas, angústia, palpitações, náuseas, sudorese, tremores, medo de morrer, dispnéia, desmaios, medo de ficar louco, medo de sair à rua, medo de andar de ônibus, de entrar em bancos, supermercados etc... É evidente que a interpretação deste quadro de sintomas, e o consequente diagnóstico deve ser feito sómente pelo profissional capacitado.
As vítimas do Distúrbio, na sua grande maioria passam por dois graves problemas iniciais além, lógico, do próprio mal. Primeiro: a "via-crucis" a diversos especialistas médicos, e a quantidade de exames a que são submetidos em busca de um diagnóstico, que, muitas vezes é de estafa, nervosismo, stress, fraqueza emocional e que também não raro é de doença cardíaca; Segundo: é que em um primeiro momento, a família, que procura ajudar e apoiar em todos os sentidos, incentivando-o, porem com o tempo, passa para a crítica, fazendo cobranças e na maioria dos casos dizendo tratar-se de fraqueza de caráter, piripaque, frescura, entre outras coisas.
Depois de confirmado o problema, é muito importante, a compreensão do problema por parte da família e dos amigos, apoiando e incentivando no tratamento, para que a pessoa possa se tranquilizar e se sentir apoiada para que possa seguir o tratamento com sucesso, e buscar a saída do mal.
É importante que a pessoa se sinta amparada no momento das crises, e principalmente que acreditem nele quando disser que não tem condições de fazer algo.
Hoje existem uma variedade de tratamentos para a S.P., nem todos com sucesso, como eu mesmo pude comprovar ao longo de 10 anos de luta para combater o mal. O tratamento que vem obtendo excelentes resultados, hoje, tem se baseado em estudos e pesquisas inspiradas numa visão integrada do ser humano (psico-soma). Isso significa, em termos de tratamento, associar psicoterapia e medicamentos. Enquanto a psicoterapia vai auxiliar a compreensão dos motivos do pânico e estimular as mudanças de atitudes necessárias para elimina-lo, os medicamentos, em casos onde o quadro sintomatológico é mais intenso, irão garantir o equilíbrio necessário para a pessoa poder se beneficiar da psicoterapia. Esse processo leva alguns meses quando bem conduzido, e num primeiro momento evita as crises, ou pelo menos reduz a intensidade e a freqüência delas, trazendo alívio significativo. As sessões psicoterapêuticas vão ensinando ao paciente mais sobre si mesmo, e em como agir diante dessas descobertas e novas percepções. Ao familiarizar-se com suas potencialidades e se fortalecer, o paciente se tornará o próprio agente da mudança de seu estado, ao invés de se envergonhar dele. Trata-se de uma atitude indispensável para a conquista da cura, que pode ser traduzida por, reapropriação do respeito por si próprio. Portanto, no processo de busca da cura da Doença do Pânico, a dupla Psiquiatra - Psicoterapêuta é indispensável, e se detectar em você mesmo ou alguém próximo a combinação de alguns dos sintomas aqui descritos, não hesite em procurar ajuda. Quero deixar aqui de público meus sinceros agradecimentos às duas pessoas que me ajudaram a encontrar a saída deste terrível labirinto, e a renascer novamente depois de 10 anos de escuridão: Dr. Wenintom Blasques, Psicoterapêuta, e Dra. Maria Eliza Chaves Arruda, Psiquiatra. Coloco-me à disposição para ajudar com minhas experiências no assunto, qualquer pessoa que precise de apoio ou tenha dúvidas sobre o assunto.
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