Estamos de volta ao começo
No Segundo Setor - formado pela iniciativa privada - os termos, planejar, pesquisar, conhecer seu público alvo e identificar suas reais necessidades e expectativas, são extremamente comuns, mas, absolutamente novos para a maioria das sociedades organizadas - entidades sem fins lucrativos - o Terceiro Setor. Desenvolvimento de estratégias, gestão para o desenvolvimento e monitoramento de uma boa atuação se torna cada vez mais imprescindível para manter as Organizações Não Governamentais - ONGs - na direção de sua missão. Isso se chama "competitividade social" que exige a busca pelo aprimoramento das técnicas de trabalho para corresponder às novas necessidades sociais da sociedade - que são cada vez maiores a cada ano - e não perder a parceria do Primeiro (Governo) e Segundo Setor, isso quando ela existe. É muito comum, ou melhor, a maioria esmagadora das organizações apresenta dificuldades relacionadas a falta de recursos para manter seus projetos e serviços. Com isso, em virtude desta necessidade de profissionalização, o que acaba gerando mais custos, em diversos casos, perde-se o foco do trabalho essencial. Ao invés dos profissionais estarem engajados em desenvolver ações sociais, estão preocupados em conseguir recursos, seja através de patrocinadores, campanhas, parcerias etc., para conseguir pagar as contas do mês. E muitas vezes, e somente nessas horas, é que a sociedade toma conhecimento da sua atuação, já que na maioria das vezes os dirigentes procuram a mídia para pedir doações para a sociedade. Porém, há um outro fator fundamental para que esta busca por recursos e seus resultados, se estendam cada vez mais, ou seja, acabam não se dando conta que para conseguir a credibilidade da sociedade é preciso mantê-la. Informar sobre seus projetos, número de pessoas beneficiadas e engajadas, resultados alcançados, metas para o próximo período, e por aí vai. É preciso suprir esta carência em capacitação gerencial na atuação das organizações e na execução de projetos sociais de empresas, mas para isso é necessário investimento no estudo de gestão social, através de cursos especializados. Para as empresas - Segundo Setor, que possuem recursos próprios, isso é bem mais tranqüilo, e vem acontecendo com muita freqüência, o que é ótimo para o crescimento do país, mas e para as organizações - Terceiro Setor, como planejar melhor e encarar os desafios para além do dia de hoje? Estamos de volta ao começo. Nota do Editor: Ana Leão é Coordenadora do Projeto AjudaBrasil, designer, consultora, conselheira em direitos humanos e dependência química.
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