Artigo publicado na revista ISTOÉ assinado por Hugo Stuart com o título “Collor volta à Brasília”, mostra as intenções do ex-presidente em voltar a ocupar o Alvorada. Descreve com minúcias o plano diabólico do político para os próximos anos, certamente com aqueles detalhes que o fizeram presidente em campanha meteórica a partir do minúsculo Estado de Maceió. Fernando Collor de Melo nasceu dentro da mídia. Sua família é detentora de concessões de rádio, televisão e jornais em seu Estado, empresas que ele pessoalmente dirigiu por um período de tempo. Fora isso, desenvolveu uma enorme habilidade em se comunicar com as massas, lançando à época, o título marqueteiro de “Caçador de Marajás”, na realidade a maior das farsas desse país nesse período contemporâneo. Foi assim que se elegeu, iludindo os incautos a quem impressionava com seu punho cerrado dando murro no ar, prometendo acabar com a corrupção. De qualquer forma podem esperar. O homem de bodox, tatuagem e gumex é um forte candidato a substituto de Lula para 2010, dependendo tão somente do partido que o acolherá e do andamento da carruagem ao longo dos próximos anos. A paparicagem já começou. Collor foi cumprimentado efusivamente pelos principais caciques do Senado – ACM, Pedro Simon, Eduardo Suplicy e muitos outros de menos importância – e certamente começará a fazer pronunciamentos de impacto, ficando por conta da mídia dar luz a sua imagem de bom moço. Muito em breve não mais lembraremos, se é que ainda nos lembramos, de PC Faria e sua troupe, de dona Delia e o boto Tucuxi, do Renan Calheiros ainda na política, do Jefferson, já perdoado e já, já, anistiado, e de tantos outros que assaltaram o país sem que a justiça consiga lhes por a mão. É meu caro leitor. Escreva aí. Ressuscitaram o homem. É só uma questão de esperar a ascensão.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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