Empresas investem pouco em prevenção.
O Brasil é um dos países que menos desenvolve prevenção ao uso de drogas nas empresas. Menos de 5% das empresas brasileiras têm algum tipo de programa nesse sentido. Em países como Estados Unidos, Canadá, França e Inglaterra esse índice chega a 90%, mostrando um claro senso de responsabilidade social. Relatório da Organização Mundial de Saúde divulgado em março de 2004 sugere que a prevenção ao uso de drogas deve ser feita a partir da comunidade. Ou seja, as empresas podem e devem assumir parte dessa responsabilidade, criando programas de prevenção para seus funcionários, mas envolvendo a comunidade no entorno. É o que a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD) chama de modelo de prevenção biopsicossocial. "Este modelo, mais atualizado e baseado em evidências, considera fundamental a co-participação entre família e empresas na prevenção e combate ao uso de álcool e drogas", explica a psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da ABEAD. O grande vilão Em meio à discussão sobre prevenção ao uso de drogas, nem sempre o álcool é lembrado. E aí está, segundo a ABEAD, um dos grandes enganos. "O álcool é uma das substâncias lícitas mais consumidas de forma abusiva", explica Ana Cecília Marques. "Junto com o tabaco, o álcool é um dos principais fatores de risco para doenças. Enquanto as drogas ilícitas contribuem com 0,8% para a carga de doenças, o álcool contribui com 4%", afirma. Esta mudança de foco na abordagem ao problema das drogas é um dos assuntos discutidos no XVI Congresso da ABEAD, que acontece entre os dias 2 e 4 de setembro em Florianópolis, cujo tema central é Responsabilidade Social e Prevenção ao Uso de Drogas: O Papel da Educação e da Empresa. Voltado a profissionais de saúde, educação e público em geral, o evento também discutirá políticas públicas de prevenção regionalizadas, reinserção social e propagandas de bebidas alcoólicas e tabaco. Mais informações podem ser obtidas no site www.abead.com.br.
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