Carlos Rizzo      Harpia harpyja.

Fui fazer um curso de identificação da fauna para licenciamentos ambientais na cidade de Itatiba (SP). O curso começou logo cedo e logo nos primeiros metros de caminhada tive a rara oportunidade de avistar uma onça parda no alto de um morro. Claro que não acreditei no que estava vendo, pensei que seria um bezerro, depois, os movimentos assemelhados aos movimentos de um gato doméstico não deixaram dúvidas que se tratava de um felino. Logo depois ela saiu em disparada procurando a mata mais fechada, foi quando dei o alarme para o grupo. Me senti igual a uma criança de tanta alegria pela oportunidade de ver o segundo maior felino das Américas. A nossa onça suçuarana perde em peso e tamanho para a onça-pintada, mas garanto que não perde nada em beleza e majestade típica dos felinos.

Vi deste bichano aqui em Ubatuba em duas ocasiões diferentes, uma vez em noite de lua cheia que me gelou a espinha e outra vez numa toca que me deu pavor. Por sorte o primeiro impulso da suçuarana é fugir dos humanos. Ela sabe o que faz!

Depois do almoço pudemos conhecer o zôo parque de Itatiba, uma iniciativa privada digna dos melhores elogios. Recomendo a todos que queiram passar um dia agradável em contato com animais do Brasil e do exterior.

Para mim, os rapinantes são os equivalentes alados aos felinos e a harpia, é o melhor representante das aves. Ela é considerada a mais poderosa ave de rapina do mundo. Pousada chega a atingir um metro de altura e sua envergadura (a distância das asas abertas) pode passar dos dois metros, são capazes de carregar animais com mais de seis quilos.

Outro dia vi um vídeo com uma harpia em vôo carregando uma preguiça. A preguiça parecia um pacotinho insignificante.

No ano passado aqui em Ubatuba noticiaram o avistamento de uma harpia pelos céus do Ubatumirim. Ainda não vi uma harpia em liberdade, cada vez que penso na visão de uma harpia voando livremente, antevejo a alegria que irei sentir.