Arquivo Nenê Velloso |  |
O semanário “A Cidade”, em 31-01-2009, destaca em manchete nas 1ª e 4ª páginas: “O prefeito Eduardo César, recebeu na tarde desta terça-feira, 27, a visita do consultor técnico do Departamento Nacional de infra-estrutura Terrestre (DNIT), Degliê Braz Coller. O projeto apresentado ao prefeito, prevê a duplicação da pista, com marginais dos dois lados, e construção de ciclovias. Também está prevista uma alça de acesso que liga a Rodovia Oswaldo Cruz a BR-101. O projeto visa reestruturar o trecho da rodovia BR-101, entre o Trevo do Indaiá e a Praia Grande, num total de 9,6 km, proporcionando maior segurança e fluidez do trânsito”. Prezados leitores da revista O Guaruçá, os senhores que já leram os meus relatos sobre este assunto em Construindo o passado - 1964–2004, em 09-06-2005 e, em 18-09-2007, Parou por quê?, devem estar se perguntando: “Este não é o projeto do Matarazzo?” Exatamente! É! Eu disse em 21-04-2007: “Matarazzo é futuro!” E nunca esteve tão presente como agora. Para iniciar a conversa, se este projeto parar no trevo da praia Grande, é dinheiro jogado fora. Este é um projeto do Ex–Prefeito Matarazzo, e vou repetir, foi projetado pelo topógrafo, Sr. Roberto Carlos Norris Nelsen (que se pronuncia Nilsen), e foi aprovado em 05-10-1967, pelos vereadores: Fiovo Frediani, Antonio Gomes (falecido), Mario Cembranelli (falecido), Hercules Cembranelli, Cristovão Augusto de Oliveira (falecido), Washington de Oliveira (falecido). Eu, e o colega BIP, estávamos presentes. Fomos nós que levamos o projeto até plenário para ser assinado. Neste projeto, as Marginais foram denominadas de Perimetrais. Veja na foto do projeto original, um detalhe do trecho da futura BR-101. Esta obra é um instrumento complementar importantíssimo, para a malha viária da cidade que, de tão importante foi projetada há 42 anos, é de se lamentar o tempo perdido. Esperamos que não aconteça como a praia Grande, tanto se falou que acabou no esquecimento. Outra vez! Esta obra, simplesmente vai ser o prolongamento das marginais já existentes nos loteamentos que, em alguns trechos, se encontram invadidas. Em minha opinião, 50% dessa lentidão no trânsito não está na malha viária, eu atribuo à má formação da maioria dos motoristas habilitados a partir do ano 2000, principalmente os da cidade, por isso temos que reciclar as auto-escolas porque não acompanharam e evolução do trânsito, agora estamos colhendo os frutos. Preste atenção no semáforo: acende a luz verde, e todo mundo continua parado, olhando como se fosse a vermelha, além de não darem seta, e quando dão, é durante a conversão, quando deveriam fazê-lo 20 metros antes. E mais, nos cruzamentos dos semáforos param na esquerda, sendo que, a intenção era entrar para a direita e, simplesmente ignoram os três retrovisores, parece até que os carros que usam, são desprovidos desses acessórios obrigatórios, e se deslocam lentamente como se fosse o único aguardando o sinal verde. O guarda municipal do trânsito quando está presente (difícil de acontecer), mas, já aconteceu... aceita tudo isso pacificamente, como se estivesse tudo correto. Será que é orientação do comando? As 09h45min da manhã de segunda-feira de carnaval, o trânsito estava congestionado nos dois sentidos, do trevo da praia Grande ao trevo de Taubaté. Peguei minha “magrela” e fui para o centro. Chegando ao trevo de Taubaté, não havia policiamento (o que não é novidade), apenas meia dúzia de carros em volta do trevo, um olhando para cara do outro, como se estivessem dizendo: “– Passa você. - Não, você primeiro!”, em total desconhecimento de quem tem a preferência ou não, além da monstruosa placa de PARE na cara do motorista, estavam todos perdidos, eis o motivo do congestionamento de um trevo ao outro. Como depois do trevo continuava o congestionamento. Segui em frente para ver se era na entrada da Ressaca. Dali para frente trânsito livre, mais de quinhentos metros de pista sem nenhum carro. Depois desse vazio encontrei vários, sempre em comboio de oito a dez carros, entre 300 a 500 metros um do outro, andando tão lentos, que não encontrei dificuldades em ultrapassá-los com a minha “magrela”. Esses são os habilitados a partir do ano de 2000 que eu me refiro. Somando com um punhado dos anos anteriores que não evoluíram e, para esses podem construir uma pista com 10 faixas, que o congestionamento será eterno. Tudo isso acontece pela ausência de p a t r u l h a m e n t o ostensivo orientando o trânsito. Os policiais rodoviários foram substituídos por faixas duplas e lombadas, em toda a extensão da rodovia (Ubatuba / Caraguá e Ubatuba / Taubaté) e outras. Veja que o congestionamento não está só na rodovia. Após a aprovação do projeto do Sistema Viário da Cidade, há exatamente 41 anos e 5 meses, eu venho martelando sobre a importância da sua implantação. Eu estava convicto disso, que o jovem prefeito Eduardo César iria implantá-lo no seu 1º mandato, e não o fez. Foi reeleito, e já nos fez entender que também não o fará. Nem mesmo na galeria do Memorial Ciccillo Matarazzo, por ele criada, o Projeto do Sistema Viário da Cidade, que era a menina dos olhos dele, foi exposto. Por quê? Senhor prefeito, que homenagens são essas? E você leitor, não acha estranho? “Dizia Matarazzo: — Sem Malha viária, não vamos a lugar nenhum”. Por isso era a sua maior preocupação. Senhor prefeito, dê um pulo até a praia Grande ao pôr do sol e veja que a lentidão do trânsito não é só causada pela insuficiência da rodovia de não absorver o fluxo de carros nos horários e dias de “pico”. Faça um teste, ponha 20 policiais da Guarda Municipal distribuídos ao longo da rodovia neste trecho, orientando o trânsito e mantendo os carros sempre em movimento contínuo. Eu garanto que teremos uma fluidez aumentada em mais ou menos 30%. Agora, o policial municipal tem que falar com firmeza e autoridade com os banhistas e motoristas, coisa que os políticos não gostam, se for para entrar em confronto com o público deixa como está. Aí é difícil. Não se pode deixar acontecer como acontece nas ciclovias, policiais municipais são humilhados por uma boa parte dos ciclistas (os vândalos de duas rodas), que até hoje não deram solução. Continuam andando acintosamente na contramão, nas barbas da Guarda Municipal. Cadê o Comando? E o regime duro e exemplar militar? Não se respeita mais as autoridades, e elas também não se fazem respeitar, e quando o fazem, é com extrema violência, que gera mais violência. Não há causa sem efeito. Até hoje não foi introduzida nas escolas aulas de trânsito, é mais cômodo para os prefeitos a colocação de lombadas ou outros obstáculos nas ruas e rodovias, do que educar o povo e punir os infratores. Enquanto isso, o cidadão ordeiro e respeitador sente-se humilhado diante desses ciclistas infratores, cínicos e impunes, que agora estão migrando para a avenida Dona Maria Alves, ali eles deitam e rolam tranquilamente. Só o emplacamento vai acabar com a festa desses vândalos sobre duas rodas, mas não acredito que o prefeito, e os vereadores tenham coragem de fazer isso, porque para os políticos, “quanto pior melhor” é o que eu tenho assistido na minha cidade e no resto do país. (Isso é inaceitável senhor prefeito). Na praia Grande, ficam aquelas viaturas estacionadas e 3 a 4 policiais em pé na faixa central da pista, assistindo toda aquela bagunça de carros e banhistas fazendo travessia em qualquer ponto e, várias vezes os policiais ainda param o trânsito para passar os infratores entre uma faixa e outra, e nunca na faixa exclusiva reservada para eles, sendo que nesta hora o policial deveria encaminha-los até a sua faixa exclusiva e adverti-los duramente. Se aqueles policiais orientassem o trânsito ao invés de assistirem com olhares pacíficos aquela bagunça, a fluidez melhoraria em 30%. Só assim, o jovem prefeito Eduardo César alcançará a tão desejada fluidez do trânsito com segurança, conforme se referiu o secretário de Obras. Fora disso, vai continuar o caos total. Afinal, o prefeito é a autoridade máxima da cidade, o nº1, é o comandante. Quando “os Oliveiras - Seu Filhinho” governavam (mandavam mesmo), na cidade, de 1908 a 1947, não caia uma folha sem que primeiro eles soubessem. Hoje está caindo à árvore e a floresta inteira, e ninguém sabe! Ou não há interesse em saber? Quanto à fluidez do trânsito com as marginais dos dois lados, e a duplicação da pista que o secretário de Obras se referiu, pode até ser quadruplicado, senhor secretário, porque tudo vai convergir para a boca do funil na praia Grande. Até quem não mora aqui sabe! Serão milhões de reais gastos em obras inúteis para os fins que se destina e, que ficarão aguardando uma administração que realmente esteja preocupada em resolver de uma vez por todas os trechos que estão obstruídos da malha viária da cidade. Tudo que eu li no semanário A Cidade, sobre este projeto, não passa de uma gambiarra encima do projeto Matarazzo. No meu entender, é mais um projeto político. Cadê a verba dos 15 milhões que vinham para resolver o problema da praia Grande? Todo aquele alarde para nada. Os trechos obstruídos são os seguintes: Rodovia SP–55 - praia Grande e Maranduba - (Estrada do Rio Escuro que liga as Rodovias SP-125 a SP-55, a desobstrução dessa estrada é mais importante do que a praia Grande). Seguindo ainda pela SP-125 – Ubatuba/Taubaté -, encontramos um afunilamento na entrada do bairro Marafunda. Em seguida temos uma obstrução recente, que é a entrada do Cemitério do Ipiranguinha, que na incapacidade de resolver o problema, foi colocada uma lombada. Aquilo ali, é uma vergonha! Seguindo em frente temos a entrada para o bairro do Ipiranguinha, e depois, dezenas de lombadas até o Pé-da-Serra, e a própria serra, que não tem nenhum trecho para ultrapassagens com segurança. Não adianta a abertura dessas perimetrais isoladamente, quer dizer, sem a desobstrução dos pontos críticos já citados, inclusive a eliminação das lombadas, e colocação de mais placas indicativas, patrulhamento e obrigatoriedade dos pedestres usarem suas faixas exclusivas de passagens. O que adianta a desobstrução dessas marginais, duplicação da pista e alça de acesso, se todas as saídas da cidade estão obstruídas? A única coisa que vai funcionar neste projeto são as passagens subterrâneas ligando um bairro ao outro. Isso eu tenho certeza! Espero que não imitem a administração Paulo Ramos, quando construiu aquela imbecilidade, a passagem subterrânea ligando Estufa-I / Estufa-II, só para pedestres e motos.
Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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