É inevitável, o buraco é sempre mais embaixo. É buraco pra cá, nas ruas, é buraco pra lá, nas estradas, é buraco na conta a pagar do lixo (coleta, armazenamento, transbordo, destinação final), é buraco orçamentário na despesa crescente e receita minguante do IPTU, as receitas das quais somos alijados, como as do pré-sal e as verbas do Estado de São Paulo, como mencionou o eng. Guaracy, e ele tem razão: a verdade dói. Agora tem até buraco de poste em gramado, resultado de um põe-e-tira de poste, coisas que geram custos: o de por, o de manter (algo esteticamente deplorável, motivo de troça), o de tirar. Daqui a pouco estarão a dizer que Ubatuba é o buraco redondinho do mundo. Enquanto isso, os buracos legítimos estão tapados: "Vamo! Vamo! Vamo!". E os ralos financeiros resultantes de má administração abertos. Ou será que não custa dinheiro vandalizar mosaicos eschernianos e colocar no lugar lajotinhas de cimento? Enquanto isso, os (como diz o Moura) "donos do pudê" estão, é o que parece, a jogar buraco (um jogo de cartas, bem entendido), um ócio para matar o tempo, o tempo restante, de uns tantos dias que a boa memória dele sabe contar. Melhor Ubatuba das marchinhas de Carnaval, com ralos desentupidos e a praça limpinha, do que a Ubatuba dos buracos. É pedir muito? Nota do Editor: Elcio Machado (elciomachado@ubaweb.zzn.com), 55, é recém-ingresso na tribo dos Bebe, à espera de ser batizado como Elciobebe, caiçara em construção. Mantém o blog Exercícios de Cidadania (cidadania-e.blogspot.com).
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