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COLUNISTA
Marcos Guerra
02/11/2010 - 17h04
A sucessão presidencial
 
 

Durante todo o processo de escolha de um novo presidente não tivemos a discussão dos problemas que o país realmente possui e necessita solucionar. Tal afirmação é uma constante na mídia nacional e é constantemente citada por cientistas políticos. Se durante o processo de escolha do representante máximo do executivo, tais temas não foram abordados, pouco se pode esperar da candidata eleita.

A opção por não discutir problemas e soluções se deu face à nítida diferença de curriculum dos candidatos. Não poderíamos esperar que Lula permitisse que Dilma se embrenhasse no campo da apresentação da experiência em executar tarefas, pois tal campo era e é totalmente desconhecido para Dilma. Face a notória inexperiência de Dilma, sobrou a opção de voltar a infância e apresentar a população o dever de escolher entre o clube do Bolinha e o clube da Luluzinha. Conseguiram durante toda a campanha transformar a escolha presidencial em uma disputa de popularidade pessoal, onde muitos eleitores se esqueceram que estavam escolhendo a pessoa mais qualificada e com experiência para resolver os problemas da Nação. As mesmas pesquisas eleitorais que sempre apresentavam a vitória de Dilma mostravam que a população reconhecia Serra como o mais capaz e experiente para o cargo. A distribuição dos votos em todo o país deixa claro que as diferenças mais gritantes em favor de Dilma se encontram nos estados com menor capacidade de contribuição para o país. Nesse ponto o Brasil foi dividido entre os estados que contribuem para o desenvolvimento e os que usufruem.

Acho bastante interessante que o próprio PT não tenha percebido que ao eleger Dilma acabou por enterrar o próprio partido e até mesmo a popularidade de Lula. O prestígio de Lula se deve única e exclusivamente pelo fato de a população, conscientemente ou inconscientemente, considerá-lo inimputável, ou seja, não há expectativa de que Lula seja capaz de administrar. A situação de Lula se assemelha a de uma criança que não consegue obter boas notas na escola e qualquer nota 5 é motivo de comemoração. O fato de não acreditarmos na possibilidade de sucesso de pessoas que não trilharam as condições pré-estabelecidas pela sociedade, diferentemente do que muitos pensam, não é preconceito. É na realidade uma proteção inconsciente do sistema existente. Para alguns pode também ser uma rejeição a possibilidade de acreditar que há outros caminhos para se atingir os mesmos objetivos. Seja como for e por qualquer uma das razões apresentadas, é fato que a expectativa da população em relação a Lula beira o zero.

Em sentido oposto e sem os benefícios da inimputabilidade e do carisma, temos a eleita Dilma, que será cobrada intensamente por resultados concretos. Após o surto de euforia do PT, seus dirigentes perceberão que deram um grande tiro no pé. Tal e qual mala sem alça terão que carregar Dilma, sua arrogância, antipatia e inexperiência. De outro lado a população perceberá que as idéias de Lula não são tão inocentes e desprovidas de conseqüências. Com certeza, nesse momento, comparações entre Lula e Maluf passarão a existir pois ambos acabaram com suas carreiras políticas ao acharem que poderiam apoiar quem quer que fosse impunemente. Maluf afrontou a população apresentando Pita, Lula cometeu o mesmo erro ao optar por Dilma.

Acho muito estranho que os membros do PT não tenham percebido que a fórmula mágica que lhes traz apoio popular está restrita à pessoas que passam a imagem de representar a luta entre classes sociais. O sucesso de alguns ocupantes de cargos executivos do PT muito se assemelha aos heróis de desenhos animados, novelas ou filmes. De um modo ou de outro trazem a exceção como regra, fazendo com que a população deixe a emoção ser mais forte que a razão. Todas as vezes em que o PT tentou alterar tal receita de sucesso a derrota foi inevitável.

Seja pela falta de carisma ou pela inexperiência, é fato que o governo Dilma possui todos os ingredientes para uma receita de fracasso. Felizmente os estados que realmente protagonizam o desenvolvimento do Brasil estão nas mãos certas e serão governados por Geraldo e Aécio. Podemos também comemorar o fato de Lula ter mostrado a sua verdadeira face ao se utilizar de todos os meios, incluindo a própria máquina pública, para garantir que sua vontade fosse feita. Lula não lutou, na realidade, pela eleição de Dilma, lutou para não ser contrariado em sua escolha. Lula ganhou e o Brasil perdeu, resta assumirmos mais uma vez a conta desta insanidade. Votos brancos, nulos e abstenções somaram 36.340.641. Tais números são bastante representativos se considerarmos que Dilma teve 55.752.493 e Serra 43.711.299.


Nota do Editor: Marcos de Barros Leopoldo Guerra, natural de São Paulo - SP, morador de Ubatuba desde 2001, é empresário na área de consultoria tributária.
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