Não sei porque pus na cabeça que curiosidade é parente de ansiedade, talvez seja porque a cada vez que vou à rua encontro sempre um ansioso, ou curioso, em saber quem ocupará o cargo tal, se fulano irá para tal secretaria e por aí afora. Minha pergunta é simples, curta e grossa: O que mudará a vida de nós outros: um novo prefeito diferente do que está aí no momento, um novo secretário nesta ou naquela secretaria, um novo assessor? Pois eu garanto: não mudará nada. Iniciaremos o ano do mesmo jeito que 2003, 2002, 2001, para não entrar no século passado. Gente saindo pelo ladrão, ruas entupidas, praias imundas e abarrotadas de vendedores ambulantes, ladrões, trombadinhas e trombadões por todos os lados, desta feita um pouco de borrachudo para relembrar velhos tempos, praças e jardins transfigurados pelo abandono e por aí afora.

Quem muda uma cidade ou o rumo que ela possa tomar é a população. Esta sim, tem o poder de alterar os caminhos de uma sociedade, quer para o bem, quer para o mal. É a sociedade quem faz evoluir o pensamento coletivo e isso somente acontece quando ela tem vocação para tal. Enquanto a sociedade não se formar com a vocação para pensar coletivamente, ela não reunirá forças para procurar um caminho mais avançado, mais promissor, mas feliz para si como um todo. Enquanto isso não acontece, certamente não fará diferença esse ou aquele prefeito, esse ou aquele assessor, esse ou aquele secretário. Todos estão coesos em um só pensamento. Salvar o seu.

Daí os inúteis sentimentos que deram título a essa matéria. A curiosidade, meramente satisfativa de nossos desejos, e a ansiedade, essa, mais lesiva, principalmente para o nosso sistema nervoso. De qualquer forma uma recomendação aos meus amigos, conhecidos, desconhecidos, e poucos, muito poucos inimigos. Anulem qualquer dos dois sentimentos e procurem fazer a sua parte como componente de uma sociedade que precisa urgentemente pensar como um todo. Formar uma consciência coletiva que tenha como meta a construção de uma sociedade feliz, fraterna, organizada, solidária e muito mais que tudo isso, evoluída. Para isso, tenham certeza, não precisamos de um prefeito com este ou aquele perfil porque dele somente iremos necessitar que cumpra o seu dever institucional de gerir um poder que tem como escopo a administração das funções que lhes são inerentes. Nada mais.

Em tempo. Funções de um chefe do Poder Executivo Municipal são aquelas que dizem respeito a administração dos recursos que têm ao seu dispor para melhor gerir as obrigações referentes ao ensino básico, ao saneamento, ao sistema viário, a saúde naquilo que lhe diz respeito e outras pequenas atribuições, quase sempre esquecidas por aqueles que ocupam o cargo da vez.