Li, com atenção, as bem lançadas razões do Prof. Corsino sobre a possibilidade de terceirização da merenda. Em face a sua longa e profícua trajetória de educador e de sua administração bem sucedida na Secretaria da Educação, são razões a serem ponderadas com o cuidado que as boas coisas merecem. Contudo, há aspecto que ficou ausente das ponderações, que é o viés dos objetivos dos dois provedores da merenda: o estado, via Prefeitura e a iniciativa privada, via terceirizado. No caso do estado, via Prefeitura, o interesse único é o de fornecer alimento, recurso para suprir, muita vez, deficiências alimentares que os alunos têm em seus lares. Oficialmente, não existe a idéia de lucro no caso da poder público, diretamente, oferecer o alimento. Dependendo de cada governo, o alimento será melhor ou pior, em quantidades maiores ou menores, servidos com generosidade ou burocraticamente. Entre parênteses, Ubatuba é município pobre, inchado, diuturnamente, pela ausência de políticas conseqüentes, até de migração e de ocupação do solo. Nesta quadra e ainda entre parênteses, com todo o respeito que nos merece o atual governo, tenho sentido na pele que há "muita galinha e pouco ovo ..." (há vinte dias ou mais tenho prometida coleta de lixo aqui no Felix e até agora nada). Fechamos os parênteses. Já no caso do terceirizado, seu lucro, que é objetivo legítimo dele, dependerá do menor dispêndio. É evidente que tal se dá, basicamente, via compressão do material servido. É equação que complica o interesse do usuário final da refeição. Assim, há que acrescer o ângulo acima quando da decisão sobre o problema de terceirizar-se ou não a merenda escolar, que vinha sendo tão satisfatoriamente servida até o fim do ano passado. Roberto de Mamede Costa Leite r-mamede@uol.com.br
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