É incrível a sede de poder e de falar besteira do mais exótico presidente do Legislativo que se tem notícia na nova ou velha República. Severino Cavalcanti depois de faturar uma eleição das mais inusitadas possíveis, está enchendo a mídia de novidades personificadas pelos discursos que vêm fazendo por onde passa. Lá na terra dele não teve o menor pudor em confessar nepotismos e até crimes que praticou, prometendo que voltará, quando ocupar interinamente o poder, de helicóptero, para ser glorificado pelo seu povo e certamente contar outras galhofas. Aqui, promete ajudar o presidente Lula, desprotegido que anda pelas incorrigíveis desavenças dos petistas. Agora, aparece com a última novidade. Vai ressuscitar a proposta de reeleição para a presidência da Câmara e certamente será o candidato para a reeleição do cargo. Todas essas notícias desse hilário país, bem demonstra termos dois raciocínios diversos dos que exercem a nossa política tupiniquim. O do nordeste, formado pela cultura ainda colonialista, aquela em que o painho é o detentor do poder e dele emana toda a força política do Estado, e a do sul, mais afinada com a democracia moderna, inteligente e intelectualmente desenvolvida por pessoas que vêem a sociedade como um todo que se auto dirige, necessitando tão somente do Estado, a orientação política que lhe cabe dar, via seus dirigentes, democraticamente eleitos. Este último grupo, diga-se de passagem, é o que menos influencia nossa política na atualidade. Este é o caldo formador de nossa elite política, convenhamos, longe de ser dos melhores para uma nação que pretende acordar do berço esplêndido há décadas. Baseado nessa análise, um tanto quanto simplista, estamos andando para trás. Nossos dois nordestinos maiores estão preocupados em se perpetuar no emprego, se não pela vida eterna, pelo menos um tempo suficiente para que possam terminar seus bons anos de vida, no poder. O resto, é resto.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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