Ronda por toda cidade comentários e descontentamentos sobre o cabide de emprego que se instalou na nova administração - está aniversariando cem dias -, a nível de executivo e legislativo. A Prefeitura foi inundada por funcionários, ingressados pela janela - cargo em comissão ou de confiança - que não se sabe de onde vieram, mas que se tem certeza serem de hostes despreparadas técnica e profissionalmente, chamados que foram por força do nepotismo implantado com vigor nunca visto em nossa cidade. Na Câmara, p.e., os vereadores implantaram um regime familiar, colocando todos os parentes possíveis a ocupar cargos que não existiam, mas que agora passam a ter um titular com régio salário. Mal informados, não sabem bem o que virá, de qualquer forma não custa avisar. Já existem pessoas e ONGs interessadas em recolher essas informações e passar para o Tribunal de Contas do Estado a título de denúncia, que por sua vez certamente irá cruzar informações quando das contas do fim do exercício. Esta será a resposta que a sociedade dará a tamanho descalabro, falta de respeito e abuso do patrimônio público. No Poder Executivo, de maior porte, o abuso fica um tanto diluído, mas os prejuízos atingem maior monta por se tratar de maior número de funcionários sem preparo profissional, certamente provocando danos à administração que será de difícil reparação. O professor Corsino vem denunciando sistematicamente os abusos que vem acontecendo na Secretaria de Educação, e outras denúncias estão aparecendo aqui e ali com relação a outros setores da administração. Essa somatória vem se acumulando e virá a tona muito em breve, tenham certeza, pelo menos por uma razão política. O prefeito foi eleito com minoria de votos, portanto a geração de insatisfação terá início quando as esperanças de que dê certo acabar. Quando do sufrágio nas urnas, quem não votou no eleito passou a torcer para que sua administração dê certo, esse é um fenômeno que se passa em toda cidade, falando mais alto o interesse pela sua terra. Contudo esse desejo tem limites e esse limite é curto. Nosso país está se politizando com certa aceleração o que significa que todo cidadão está começando a se interar da política nacional, estadual e de seu município. Tanto isso é verdade que exemplos aparecem todo dia, quando movimentos de reivindicação, protesto, cobrança, permeiam em todos os lugares. Esse recado deve ser assimilado pelos homens públicos para que não se espelhem nos políticos de antanho. Tenham um procedimento mais atual e por conseguinte mais ético, para não ver sua batata assar fora do tempo.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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