Ubatuba, mais uma vez, sofreu com as chuvas. Enchentes várias e desabrigados que, normalmente, moram em beiras de rios. Beira de rio é área de preservação natural, local que deve estar revestido de mata ciliar. É o que deve acontecer. Contudo, e tal é fato público e notório, as margens destes rios e mananciais estão sendo ocupadas desde muito, rara vez legalmente. Legalmente eis que as leis de preservação são recentes. A maior parte das vezes é invasão e/ou ocupação ilegal. Via de regra, por barracos e "puxadinhos", em invasões ou favelas. O poder público tem, aqui em Ubatuba, estado em silêncio e/ou omissivo, deixando de fazer o que lhe compete. As razões da desídia ??? Podemos enumerar algumas, entre tantas: bom mocismo, campanha eleitoral com acomodação de eleitores vindos do norte de Minas ou sul da Bahia, grilagem, loteamentos clandestinos, falta de plano diretor eficiente, falta de vontade política etc. ... Quando os (ir)responsáveis são instados a cumprirem com seus deveres e impedirem a devastação, saem com a hipócrita expressão de que o absurdo constitui um "problema social". PROBLEMA SOCIAL teremos com a favelização crescente de Ubatuba, quando o remanescente de turismo ainda existente cessar seu fluxo. Cospem para cima, e suas prevaricações recairão sobre a cabeça de toda comunidade. Enfim, tudo que todo mundo está careca de ver e saber. O Sr Governador aqui esteve na quarta-feira e declarou, quase textualmente, na televisão: "vamos construir para os desabrigados, mas em locais mais altos..." Gente fina e político bom sabe como dizer que a culpa cabe, via de regra, àqueles que foram residir onde não podiam, quer pelo bom senso, quer pela lei e pelo Direito. Em suma, disse o Sr Governador, que a maioria dos atingidos cuspiu para cima. Neste tema de semear o errado e colher a safra maldita, não há como deixar de notar a advertência do Prof. Corsino, em seu artigo "Haja paciência!", quando alerta para o aumento dos gastos da folha de pagamento da nova administração, com a nomeação de grande número de comissionados, recebendo mais do que os concursados e que ainda são beneficiados por polpudas gratificações, espécie de dízimo, sabe-se lá por que. É grande a insatisfação que sentem com a injustiça os funcionários que fazem andar o Paço. É pessoal competente, concursado e de carreira que se vê relegado, apesar de saberem que continuarão, como sempre, a fazer a cidade andar. Mais ainda: a benesse onera a folha de pagamento, tornando cada vez mais minguados os recursos para administrar a cidade. "Just in case", é mais que tempo de começar o trabalho... Amanhã, 12 de abril (terça-feira), haverá prestação de contas na Câmara. Estão todos curiosos... Assim, dilapidar os recursos com benesses a aliados é cuspir para cima, eis que faltarão recursos para investir na solução dos problemas de Ubatuba, inviabilizando a efetiva e, eventualmente, profícua administração deste novo governo. Os cidadãos eleitores que não forem atendidos em suas expectativas de terem uma cidade bem administrada lembrar-se-ão de seus problemas nas próximas eleições. Qualquer político, que vive do voto, investindo nos cabos eleitorais, deixará de ter meios de bem administrar e haurir o reconhecimento público, que se traduz em votos. Em suma, ele terá dado imensa cuspida para cima. Roberto de Mamede Costa Leite r-mamede@uol.com.br
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