| Arquivo UbaWeb |  | | | Artur Alexandrino (primeiro à esquerda) e amigos. |
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Li em jornal local desta semana a triste notícia do falecimento de um dos caiçaras mais autênticos desta cidade. Artur Alexandrino dos Santos nasceu pescador, filho de pais e avôs pescadores e só deixou a pesca quando reformou seu velho barco para fazer fretes para turistas irem até a Ilha Anchieta ou fazer pescas esportivas pela redondeza. Foi a maneira inteligente de procurar melhores ganhos para criar sua numerosa família, o fazendo com a dignidade de sua tempera. Quem conhecia o Artur, e isso eu tive a honra de conhecer, ao vê-lo sair do mar ou mesmo andar pelas bandas do bairro do Itaguá, seu reduto de vida e de morte, tinha a impressão de ver um filho de Netuno saindo das águas. Loiro, forte, alto, de olhos penetrantes, calado mas muito observador, Artur sempre tinha um leve sorriso ao cumprimentar as pessoas, ficando como enigma para o resto da vida se era um sorriso de timidez ou de altivez. Sabe-se tão somente que era um sorrido de cumprimento e isso basta. O mar que foi seu meio de vida por toda sua vida, acabou levando-o, certamente da forma que ele queria. Artur, meu grande amigo. Um dia ainda nos encontraremos para continuar nossa conversa de canto de balcão iniciada lá no Recanto do Itaguá. Alguns de nossos amigos comuns já devem estar com você. Chego lá.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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