O escândalo que está envolvendo os homens do PT, embora causando enorme comoção em todo o país, está dando segundo plano para as denúncias feitas pela revista VEJA sobre as falcatruas praticadas nesses dois anos na Floresta Amazônica. Segundo informações fornecidas pela revista, foi criada uma grande quadrilha estruturada de tal forma que a madeira era extraída da floresta, embarcada em carretas e outros veículos com um selo verde que identificava a sigla do partido e com isso, seguia para o seu destino sem ser importunada por nenhuma fiscalização dos órgãos que deveriam atuar na área, principalmente o IBAMA, totalmente dominado pelos homens do Partido. Coisa de mafioso profissional. O dinheiro arrecadado, além de nutrir os corruptos, tinha por finalidade financiar campanha de candidatos a prefeitos, vereadores e governadores de toda a região. Em que pese o impacto do "mensalão", das licitações com carta marcada e pedágios nas repartições de Brasília, nenhum desses expedientes causou ou está causando maior prejuízo que o corte ilegal da floresta amazônica, dano irreparável para a humanidade. E logo agora, que a floresta está sendo monitorada pelo mais avançado sistema de monitoramento existente na face da terra. Daí a razão de ter sido derrubado mais florestas no ano que passou que nos anos anteriores, quando o monitoramento era feito a olho nu. Daí o alarme que foi dado sem que ninguém atinasse o porquê desse fenômeno. Tenham certeza, esse escândalo, sê confirmado pela investigação que virá via CPI ou outro órgão sério que possa fazer isso com isenção de ânimo, levará o Brasil a um bem pior conceito de moralidade que tem hoje, se é que ainda tem algum. Aí vamos ver a pressão para a internacionalização da Amazônia, tema que arrepia qualquer brasileiro, mas que certamente deverá ser abordado pela comunidade internacional. Pelo andar da carruagem, esse PT ainda vai dar muito trabalho para todo mundo. Ainda bem que aprendemos lidar com a quadrilha do Collor. Certamente com essa as coisas serão mais fáceis.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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