Quanto Lula ganhou a eleição não precisava ser nenhum vidente para saber que ele e sua trupe tinha tudo pra não dar certo, mesmo que se quisesse contrariar uma grande gama de intelectuais que achava que desta vez estávamos na frente de um fenômeno político no viés de tudo aquilo que se tinha visto até então. Um homem retirado das classes operárias onde havia feito uma carreira brilhante como líder sindical, forjando com isso toda uma estrutura de homem público apto a dirigir e modificar os destinos deste imenso país. Essa foi sua bandeira levantada pelo seu partido, o PT, hoje transformada em trapo a ondular sem rumo como biruta impulsionada pelo vento. Lula foi mais uma mentira das tantas que nos assolam ao longo desses anos. E por que não deu certo? O mundo moderno, e mesmo o antigo, não permite ser dirigido tão somente pela intuição. Um homem para dirigir uma nação precisa antes de mais nada ter uma sólida formação intelectual para poder discernir e decidir em todos os momentos que o exercício do governo exige. Certamente a essa formação intelectual há de se acrescentar os princípios morais e éticos, componentes que devem compor a figura do homem público dirigente de uma nação. Luiz Inácio Lula da Silva nunca freqüentou escola formal, fazendo questão de afirmar a todos os ventos ser diplomado e doutorado na escola da vida. Com esse requisito que alardeava ser possuidor, o de ser diplomado pela vida, acrescia-se os clássicos princípios morais e éticos, também possuidor, no seu dizer, como ninguém. Que vexame. Analfabeto nós todos sabíamos. Agora deixa cair a máscara onde se vê o rosto de um cidadão desprovido dos princípios éticos e colocando-se sob suspeita de faltar-lhe também princípios morais. Enganou pelo menos metade deste imenso país, assim como Collor também o faz uma década atrás, este com mais sutileza, pois embora inculto, posava de intelectual de primeira linha. Vamos combinar. Não caiamos mais nessa conversa de bom moço, reformador do mundo, messias da humanidade, salvador da pátria. Na próxima eleição procuremos ver os candidatos pela ótica do bom senso e da pesquisa interior daquilo que queremos para o nosso país. Não nos deixemos enganar pelas belíssimas vinhetas da telinha da televisão onde músicas muito bem feitas, tocadas e cantadas com esmero, nos atingem nos mais profundos sentimentos. É pouco, não basta. Precisamos prestar atenção nos países mais avançados, que fazem questão de colocar como dirigentes homens capazes, intelectualmente bem formados, moralmente bem constituídos. Se não for possível acertar da primeira vez, tenho certeza que acertaremos nas próximas e por final acabaremos dando condições para que se construa um país formado de políticos sem vocação para quadrilheiros.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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