É moda passar o rolo compressor em determinadas idéias, principalmente quando se usa a força da mídia. É o que vem acontecendo na campanha do desarmamento via plebiscito que o governo está empreendendo pela votação do SIM. A TV Globo esta usando todo seu elenco para participar da campanha patrocinada pelo governo que tem pela frente o Ministério da Justiça, capitaneado pelo advogado Marcio Tomaz Bastos. Logo ele, profundo conhecedor do Direito Penal, onde a arma de fogo tem interpretação muito mais defensiva que agressiva. Querem porque querem vender a idéia de que, proibida a venda de armas em território nacional, diga-se de passagem, arma legalizada, porque ilegal vai continuar sendo vendida em todas as esquinas da marginalidade, reduziremos drasticamente o índice de mortalidade por este meio, o que não precisa ser nenhum luminar para saber que não é verdade. O grande índice de mortalidade do Brasil com arma de fogo, um dos maiores de todo o mundo, vem dos confrontos entre bandidos, entre polícia e bandidos, entre quadrilhas e em assaltos onde a vítima leva a pior. Essa estória de crime passional, onde o marido mata a mulher com uma arma que mantinha em casa não passa de uma balela por uma simples razão. Qual o último caso que você conhece desse trágico acontecimento? Tenho certeza que não tem lembrança do último. O governo ao promover esta campanha mais uma vez foge das suas responsabilidades de agir dentro de uma consciência nacional de ética para com o povo. Mente forjando estatísticas. Mente ao promover cortina de fumaça em tema que está a lhe incomodar. As armas que estão nas ruas poderiam e deveriam ser recolhidas pelos agentes do governo que não o fazem por serem incompetentes. Elas são ilegais. Elas estão nas mãos dos bandidos que nos estão mantendo como reféns dentro de nossas próprias casas. Esta verdade não é contada. É preferível passar o rolo compressor da verdade forjada.
Nota do Editor: Herbert José de Luna Marques [1939 - 2013], advogado militante em Ubatuba, SP.
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