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Ano 2 - Nº 14 - Ubatuba, 15 de Novembro de 1998 |
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· Quando a morte é um direito Roberto C. P. Júnior rcpj@sol.com.br Vivemos os Últimos Anos do Juízo Final - Livro Eletrônico
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Mas também não se justifica, de maneira alguma, o desejo de vingança como estímulo a esse direito de morte. Vingança e ódio são sentimentos muito negativos, que na reciprocidade só podem trazer desgraça multiplicada a quem os alimenta dentro de si, mesmo quando dirigidos a criminosos. O direito de morte é apenas o direito de viver sem lixo na sala. Quando se analisa a vida hodierna sob uma ótica mais abrangente, não restrita ao meramente terrenal, as aparentes incongruências se dissipam automaticamente, enquanto que alguns conceitos tidos e havidos como sólidos mostram toda a sua vacuidade com assustadora nitidez. Veja-se então o aborto. Como o direito de morte mencionado anteriormente é a única justificativa válida para se tirar a vida terrena de um ser maléfico, já que não se trata mais de um ser humano, é inconcebível que uma mulher se sinta no direito de praticar o aborto, com a idéia de que pode dispor do seu corpo como bem entender. Uma gravidez, voluntária ou não, equivale a um "pedido de vida" segundo as leis da natureza, e não a um direito de morte.
O aborto não passa de um crime, que sujeita a mulher que o pratica a graves conseqüências anímicas, das quais ela só se tornará ciente quando tiver deixado essa vida. Exceção aí apenas em caso de estupro, pois não é difícil imaginar a espécie de criatura que pode se encarnar numa concepção desse tipo. Pela mesma razão nenhum ser humano tem o direito de tirar a própria vida. Aliás, é preciso ser especialmente covarde para se praticar o suicídio. O suicídio é a própria covardia, é a mais vergonhosa derrota imposta pela preguiça espiritual, é a confissão da absoluta fraqueza interior, da incapacidade de suportar os efeitos retroativos da atuação errada, é a admissão da total incompetência em obter o amadurecimento pessoal através da vivência indispensável. O suicida é uma criatura deplorável, que com seu ato escarnece da dádiva da vida presenteada pelo seu Criador. E a eutanásia? Seria também um crime ou mais um direito de morte? É preciso diferençar. Há, na realidade, dois tipos: a ativa e a passiva. Eutanásia ativa significa estabelecer procedimentos, inclusive ministrar drogas, que abreviem a vida de um doente tido como desenganado. Já a eutanásia passiva limita-se a deixar de oferecer recursos técnicos capazes de esticar artificialmente a vida de um paciente terminal, como por exemplo aparelhos que substituem parte das funções vitais do corpo. A primeira forma de eutanásia é um suicídio disfarçado, enquanto que a segunda é um legítimo direito de morte. A eutanásia passiva é o direito que cabe ao doente de morrer condignamente. Só mesmo os mais empedernidos, enrijecidos e "emburrecidos" materialistas podem encontrar alguma justificativa em se manter uma pessoa em coma durante meses e até anos, através de aparelhos. É preciso ser muito tapado mesmo para chamar uma tal situação de "vida". Como para o materialista só existe a vida terrena, ele acha então preferível "viver" dessa forma a simplesmente morrer naturalmente. Também tem grande peso aí um egoísmo exacerbado dos parentes e responsáveis pelo moribundo, que dessa forma exigem que ele permaneça neste mundo a qualquer preço, mesmo que seja como um vegetal. Eutanásia passiva e eliminação de criminosos irrecuperáveis são duas situações em que se configura o direito de morte. Contudo, quando estiver findo o atual processo de depuração sobre a Terra, quando um novo tempo tiver sido implantado, também essas duas situações terão desaparecido. Doenças terríveis como as que assolam a pecaminosa humanidade de hoje terão deixado de existir, porque nenhum dos seres humanos então remanescentes precisará ser atingido por elas. E os chamados crimes hediondos serão apenas uma triste recordação na memória desses seres humanos purificados, lembrança amarga de uma era em que monstros habitavam o planeta, da época em que os vivos andavam entre os mortos... Vivos espiritualmente e mortos espiritualmente, pois outros não há. Todavia, essa reminiscência angustiosa será logo suplantada pela alegre e tranqüilizadora certeza de que toda a gama de mortos, aí incluído o grupo dos ainda hoje denominados errônea e eufemisticamente de "seres humanos de índole criminosa", terá sido varrida para sempre da obra maravilhosa da Criação.
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Ano 2 - Nº 14 - Ubatuba, 15 de Novembro de 1998 |
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