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Ano 2 - Nº 19 - Ubatuba, 18 de Abril de 1999
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· A guerra dos insensatos
    Herbert Marques
    hmarques@iconet.com.br

Foto: http://www.kosovo.net

Embora tenhamos nos compromissado, quando da assinatura da Declaração Universal dos Direitos Humanos e demais documentos pós guerra de 39/45, a não mais promover, incentivar ou participar de qualquer forma de conflitos, continuamos assistindo guerras aparentemente sem sentido, agora colocada dentro dos nossos lares ao vivo e em cores via televisão.

Eu disse acima guerra aparentemente sem sentido, isso porque se ela não se faz racional para alguns, ou até mesmo para a maioria, tem sentido para outros.

Assim deve ser visto a guerra da Iugoslávia neste momento, embora não conseguimos   atinar   para  aquém  da  divergência
étnica entre naquela região do planeta. Nos é impossíve conceber a necessidade dos sérvios em manter-se isolados dos albaneses, macedônios e demais ocupantes do território que acham ser seu, embora essa guerra de ocupação venha se desenrolando desde o século XIII.

Na realidade o que nos impressiona é vermos todos os dias nos jornais e televisão, imagens chocantes dos conflitos, valorizadas pela excelência profissional no manuseio dos equipamentos da imprensa. Nos choca assistir aqueles desfiles de miseráveis, arrastando seus velhos e crianças de um lado para outro, aparentemente sem destino.

Contudo, se essas cenas já tivessem sido filmadas em outras ocasiões com repetição desses fatos em maiores ou menores proporções, certamente mudaríamos de canal com a clássica alegação de já ter assistido esse filme.

Essa é a realidade concreta do ser humano. Motiva-se pelo inusitado. Enfadonha-se pelo repetitivo. Procurar uma solução pacífica para o caso não é seu forte.

A realidade dura e crua é de que o ser humano ainda tem cravado em seu código genético o conceito de tirar vantagem e isso ele tira, quer vendendo armamento ou imagens inéditas para seus espectadores, quer escondendo dinheiro de quem os tem para esconder, quer vendendo alimento para os famintos gerados pelos conflitos.

Iniciar uma guerra é sempre promissor para o mercado econômico do setor. Evitar não, esse é pernicioso e antieconômico para aqueles que constroem todo um complexo de bens e serviços para o desenvolvimento da atividade bélica.

Essa guerra é mais uma das tantas que se tornaram necessárias para toda uma gama de senhores do mundo de negócios, e seu término nada mais é que o início do incentivo de outra em qualquer outro lugar do planeta.Fim do texto.
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