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Ano 2 - Nº 19 - Ubatuba, 18 de Abril de 1999
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Náutica
· A náutica, o prefeito de Ubatuba e algo mais
    Ricardo Faria
    holy@ubaweb.com

Conversamos com o prefeito municipal Zizinho Vigneron, no Saco da Ribeira, em Ubatuba, no dia 3 de abril, quando da realização da Sétima Regata da Amizade.
 
Sobre o esporte náutico em particular as regatas disse Zizinho: "sem dúvida alguma, acho que para Ubatuba e para o litoral norte as regatas são muito importantes, em função da divulgação da cidade e sua atividade turística.

Zizinho Vigneron e Miguel Soares Rodrigues - Foto: © Ricardo Faria
Hoje, com a atual situação que país atravessa o turismo náutico tem que ser levado a sério. Tenho certeza que nesse segundo milênio o que irá empregar a população será a prestação de serviços e o turismo é um serviço que se presta a comunidade. Para Ubatuba isso tem um significado bastante importante e estamos aqui para prestigiar a realização do evento. E desejo me congratular com todos aqueles que colaboraram para que essa regata se tornasse um sucesso. Além do que, ela atrai não somente as pessoas que são amantes do esporte náutico, mas um turismo de alto nível que Ubatuba realmente precisa. E para o público presente a praia das Toninhas e Grande se monta um belo espetáculo para quem assiste do continente. Acredito que o sucesso das regatas vai ajudar em muito o turismo de Ubatuba como um todo.

O desenvolvimento da náutica em Ubatuba: Em primeiro lugar quero reafirmar que o turismo náutico deixa muitos recursos na cidade. Gera empregos através dos iates clubes, marinas, garagens e proprietários das embarcações que precisam de gente para tomar conta, fazer a marinharia. Existe o pessoal de mecânica e manutenção com os inúmeros serviços diretamente gerados pelo turismo náutico.

O incentivo por parte da prefeitura municipal: Inclusive o pessoal da marina Atlantis, na Maranduba, já nos procurou e a prefeitura tem facilitado toda a aprovação dos projetos, nos colocando a disposição junto ao governo do Estado para que os possíveis entraves sejam superados. Para Ubatuba as marinas que estão instaladas geram muitos empregos e as outras que desejarem se instalar no município serão bem-vindas. Ganham todos, hotéis, restaurantes, comércio e principalmente as pessoas de baixa renda que prestam os serviços. Em síntese, a cidade tem um grande ganho com a atividade do turismo náutico.

O novo investidor local ou que venha de fora: Estamos no momento estudando com o setor jurídico uma legislação de incentivo ao turismo náutico em relação a impostos, principalmente para os investidores desejosos de iniciar as atividades, justamente para possibilitar o aumento da geração de empregos no município de Ubatuba.

Sobre programação de eventos náuticos em Ubatuba: Procuramos a realização de um evento que congregue, senão todos, mas boa parte dos esportes náuticos, a vela, as escunas, jet ski, windsurf, motonáutica, pesca oceânica, subaquática e tudo aquilo que possibilite uma grande concentração de atividades ligadas ao mar. Deverá acontecer nesse segundo semestre de 99, por volta do mês de setembro, na baixa temporada. E precisamos de inovações nesse período que todos consideram de vacas magras. É da maior importância que um maior número de pessoas procure a atividade náutica e Ubatuba está buscando seriamente essa alternativa.

A prefeitura está de portas abertas para quem vier do mar: sem  dúvida alguma,  acho que a  nossa vocação é para o
mar e tudo que vier do mar é bem-vindo. Aliás a História da Cidade veio do mar e temos que resgatá-la.

Sobre as escolinhas municipais de vela para a iniciação das crianças: uma idéia louvável. Inclusive já tivemos isso realizado no passado pelo comodoro José de Magalhães, do Tamoios Iate Clube. É necessário voltar a implantar as escolinhas para que a cidade de Ubatuba se transforme e mantenha uma ligação mais profunda com o mar. Essa é justamente a intenção a partir de setembro, vai depender dos acertos, a partir do novo direcionamento da Comtur.

Então podemos dizer que o prefeito de Ubatuba Zizinho Vigneron é um prefeito a serviço da náutica? Sem dúvida nenhuma, acho que é uma atividade extremamente importante."

Ler uma entrevista dessa e saber que ela foi realizada no Saco da Ribeira, com o próprio prefeito municipal deve animar não somente o pessoal ligado ao turismo náutico mas a população no geral. Aproveitamos para lembrar ao prefeito municipal (presumindo ser do seu conhecimento) que o píer do Saco da Ribeira sob administração estadual deixa muito a desejar e não é de hoje. A começar pela inexistência de rede de tratamento de esgotos para servir os próprios banheiros sob administração estadual. Cadê a CETESB? Ressalte-se que os serviços prestados pelos funcionários públicos estão muito aquém do exigido pelos proprietários de embarcações, os famosos geradores de empregos. Uma sugestão apresentada constantemente pelos usuários seria a privatização. Porque não fazê-la?

E a Ilha Anchieta? É justo ficar como está? É parte ou não do território municipal? Um absurdo concordar com a ocupação de toda a Ilha Anchieta, ou dos Porcos como queiram, por meia dúzia que lá fazem o que bem entendem em nome de uma bandeira preservacionista discutível. E nos cobram ingressos para uma simples visita. Colocam capivaras, tiram capivaras, o projeto Tamar, vem verba internacional, um modesto restaurante com pouco funcionamento, um alojamento para visitantes e por aí vai.

Falar da Ilha Anchieta e sua verdadeira história vai mexer com muita gente. Embora o povo ubatubense e brasileiro tenha o sagrado direito de tomar conhecimento dos fatos. Bom... isso certamente, mais dia ou menos dia, a História registrará, pelo que parece em breve.

O que realmente interessa é como fica o município de Ubatuba em relação a Ilha Anchieta. É fundamental, essencial que a administração municipal assuma aquela área e faça dali um território de uso coletivo. Um projeto que envolva um balneário em moldes internacionais para que se alavanque definitivamente a indústria do turismo local, com a presença de investidores locais, nacionais e de onde queiram vir.

É preciso dar um basta às iniciativas estatais através de determinadas pessoas que somente beneficiam uma minoria em detrimento da comunidade. É urgente colocar nas cabeças dos funcionários públicos, embora organizados numa ONG qualquer, que estão a serviço da sociedade, não são nossos patrões e muito menos possuem escritura pública de qualquer parte desse território brasileiro, mormente da Ilha Anchieta.

A nobre função do serviço público deve ser exercida com zelo e probidade, jamais deixando margem para dúvidas. É miseravelmente o que nos sentimos no direito de exigir já que os altos ou baixos salários, não importa, são pagos pelo nosso bolso, pelo suor de nossos rostos. O contribuinte está bem cansado de conversa mole, ideologias, filosofias, papos furados etc. Quer trabalho inteligente, profissional e dedicado que justifique os ganhos mensais. Quem com isso não concorda procure outra coisa a fazer, deixe de atrapalhar a vida do cidadão que luta para o sustento próprio e da família o que não anda fácil. O funcionário público tem por obrigação entender bem isso. Caso contrário, já não haverá razão para o termos a nosso serviço e muito menos ainda agüentar as queixas de salários baixos, até atrasados. Essa mesmo é que não!Fim do texto.
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