Mundinho capitalista, hábitos de consumo cada vez mais em ascensão, mas não vale apenas gastar o precioso dinheiro em um item qualquer. A moda agora é luxar! Quem não sonha com um vestido Channel e uma bolsa Louis Vuitton? Provavelmente, homens. No entanto, eles também cobiçam marcas famosas assim como as mulheres. Essa febre ganhou até nome próprio, luxurexia, parecido com a doença, que, por sua vez, também é moda. Os shoppings e centros de consumo estão cada vez mais cheios de compradores compulsivos. Muitos dizem que as roupas nas vitrines parecem hipnotizá-los o que impulsiona eles a entrarem na loja e, desta forma, passarem seu cartão de crédito na máquina, digitarem a senha e diminuírem sua conta bancária. Alguns alegam que merecem ganhar um presente de si próprio, uma vez que trabalharam demasiadamente. Já outros, são tão incontrolados que gastam tudo o que têm e o que não têm, sem nenhuma justificativa válida, como se dinheiro não tivesse limite. Por isso, que o povo vive endividado, triste e, assim, vai às compras, novamente, formando um ciclo vicioso e sem fim. O ser humano sempre quer o melhor, isso é bom, porém desejar um luxo que não se pode comprar é ter muita cupidez nas veias. Num mundo onde a maioria da população não tem dinheiro nem para sua subsistência, esbanjá-lo em artigos considerados fúteis é visto como uma atitude incorreta e ostentadora. Todavia, em um grupinho de pessoas nascidas em berços de ouro é apenas uma vantagem para se fazer amigos, interesseiros, provavelmente, que desdenham quem não possui o carro ou a roupa da moda e apreciam aqueles cujos bens materiais se sobressaem. Será que ser luxuoso é um sinal de riqueza de espírito também? Nem sempre ambas se relacionam. Se isso acontecer, a pessoa pode ser considerada a mais sortuda do universo. Sonhar com artigos luxuosos, como aqueles que vemos na televisão e que pertencem aos astros famosos, é irresistível e saudável, numa dose certa, obviamente. O problema é saber se controlar diante das lojas. Não precisamos ter tudo o que está na moda, pois “a moda muda”. O básico deveria ser o lema do mundo inteiro. Chega de seguir os conceitos de moda e querer aparentar ser “chic” entre os amigos ou desconhecidos. Ser você mesmo é mais gratificante do que agir como alguém que não lhe diz respeito. O verdadeiro luxo não é encontrado em shopping algum e o mais importante, não custa nada. É uma espécie de luxo que a gente ganha quando nasce e que pode ir aumentando ou diminuindo com o decorrer da vida. É o nosso espírito luxuoso que se aprendemos a usá-lo, um vestidinho da Channel será apenas um pano de chão remendado. E assim, com o nosso luxo interior especial e um pretinho básico poderemos arrasar qualquer marquinha superficial e sem vida própria.
Nota do Editor: Patrícia Ziomkowski é porto-alegrense e estudante de Direito. Está dando seus primeiros passos - ou primeiros textos - como escritora. Mantém o blog "Crônicas da Patrícia" (patiziom.blogspot.com).
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