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COLUNISTA
Patrícia Ziomkowski
05/08/2008 - 11h36
Nossa vitrine
 
 

Somos formados por corpo e mente. Ou melhor, éramos. Hoje em dia, somos muito mais do que isso. Um novo termo pode ser integrado à constituição do ser humano atual. Esse novo elemento é, nada mais, nada menos, uma página no site de relacionamentos mais famoso do mundo: o “orkut”.

Ter um “orkut” é como possuir uma vitrine de sua própria vida. Nela você coloca suas melhores qualidades para a exposição, ou seja, as roupas que são mais atraentes aos olhares consumistas. Já com seus defeitos, você faz como as roupas que não agradam os consumidores: deixa no estoque, melhor, guarda, secretamente, no seu interior. Assim funciona o site. Nossa vida é, praticamente, vendida aos outros usuários, porém sem nenhuma forma de pagamento ou gratificação. Pessoas que não conhecemos e, muitas vezes, nunca iremos encontrar nessa imensidão de mundo, podem ter acesso às nossas características e outras informações que digitamos no nosso perfil virtual. Além disso, esse site é a maior fonte de pesquisas de um determinado grupo: os fofoqueiros. E quem não era adepto a fazer mexericos, tornou-se. Não basta ver o que acontece no seu próprio perfil, as fotinhos alheias parecem que nos atraem como imãs e, então, sem resistir, damos uma lida nos “scraps” do dono da foto. Em alguns casos, graves por sinal, entramos até na pessoa a quem o “scrap” deveria ser respondido para ver se houve a tão esperada resposta. Com isso, além de ver o pefil do xeretado, acessamos o “orkut” de outra pessoa e, diversas vezes, forma-se um ciclo completo e viciante.

Milhares de “orkutianos” não conseguem dormir sem ter dado uma olhada básica no seu perfil. Essa febre acontecia com e-mails, mas, agora, acompanhá-los, diariamente, não é o mais importante. O perfil é como um outro nós reformulado. Se não somos atraentes ao vivo, podemos ser belos em fotos, pois, hoje em dia, o “photoshop” deixa qualquer um impecável. Se tivermos defeitos, basta que esses não sejam divulgados. Nossa real identidade com seu lado ruim e bom é mantida em sigilo, o que é mostrado é apenas nossa imagem idealizada. Apesar de ser nossa própria metade virtual, ela pode ter um caráter diferente do que temos originalmente. Ou seja, não conhecemos ninguém pelo site, o que nos é exposto ali não é nada mais do que uma vitrine decorada. A vida da pessoa é muito mais do que o seu perfil no “orkut”, é uma loja completa.


Nota do Editor: Patrícia Ziomkowski é porto-alegrense e estudante de Direito. Está dando seus primeiros passos - ou primeiros textos - como escritora. Mantém o blog "Crônicas da Patrícia" (patiziom.blogspot.com).
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