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COLUNISTA
Julinho Mendes
22/12/2010 - 07h32
O professor e o parlamentar
 
 

Ao professor cada dia é colocado uma carga em seu dorso, cada dia lhe atribuem tarefas de responsabilidades (de pai e de mãe também), cada dia lhes dão ordens como de militar... e todas essas atribuições enfiadas goela adentro são empurradas por quem não vive a sala de aula, por quem não entende a real situação de uma escola, por quem apenas quer, em sua função de cargo superior, mostrar trabalho a seu imediato. Esse, por sua vez, quer mostrar “eficiência” a seu chefe maior, secretário estadual e federal de ensino, que por sua vez, o cargo que lhe foi “politicado”, tem que aparecer às vistas dos parlamentares, que por sua vez, muitos deles “Tiriricas”, não conhecem a realidade de uma escola. Toda essa hierarquia, ordem e desordem é a certo ponto compreendida, a certo ponto aceita e mesmo com muitos pontos insatisfeitos o mecanismo funciona. Mas a situação de vida e de sacrifício que tem um professor para manter sua dignidade e um mínimo padrão de vida, não é fácil. A responsabilidade cai toda em cima das costas do professor, sacerdote esse que se esmerilha em três, quatro escolas e em outros trabalhos para manter a sobrevivência de sua família. Muitos desses, nessa árdua função, façanha até de tentar ensinar quem não quer aprender, nessa difícil tarefa de educar um país, estão ficando doentes. Sim! Doentes de cabeça! Distúrbios, neuroses, loucuras, estresse... Por causa de quê? Imposições, trabalho em excesso, sala de aula cheia e crianças gritando o dia todo, violências e drogas, diretor cobrando, Estado obrigando, cônjuge e filhos exigindo a presença em casa, salário mísero e ainda por cima revoltando-se e indignando-se com anúncios que vêm do planalto, de que o parlamentar irá aumentar o próprio salário em quase sessenta e dois por cento (61,8%), gerando uma bola de neve a todos da “categoria”. Fala sério, meu! Vai tomar no cutucado do dedo mindinho! Esse não é, em definitivo, um país sério! Sério é o Japão, a China que investiu no professor e na educação de seu povo e agora colhe os frutos do desenvolvimento.

Sou professor e gostaria que outros professores falassem também de suas situações e sobre os problemas na educação brasileira: das dificuldades de suas vidas, das dificuldades de trabalho, das dificuldades de enfrentar alunos malcriados e violentos, das dificuldades de encarar uma greve reivindicando melhores salários, enfim. Na verdade todo mundo sabe disso porque em época de campanha eleitoral todos os candidatos exploram isso e diariamente a mídia em geral mostra isso.

O meio de sanar essas dificuldades seria a união e vontade, mas!!! Vejam, por exemplo, a união e vontade dos parlamentares brasileiros em aumentarem seus salários e terem mordomias diversas! Só está faltando a promulgação do decreto por parte do senador José Sarney, presidente do Congresso Nacional. Será que ele fará a promulgação? Óóóóó! A população sabe quanto já ganha um parlamentar? A população sabe quanto ganha um professor para educar os filhos do país?

O dia que os parlamentares incorporarem ao salário do professor e ao custeio de ferramentas de trabalho para a educação o aumento de seus salários esse país será digno de sua grandeza e, com certeza, será a maior nação do mundo.

Pois é! Diz o ditado que “o boi não sabe da força que tem”.

Como todo ano acontece, nessa época, o professor e seu trabalho são ressaltados nas comemorações e festas de formatura de alunos nas escolas. Quero aqui agradecer àqueles que foram meus professores, graças à eles sou professor também, do que me orgulho e mais ainda tenho o orgulho de dizer que pelos meus ensinamentos, muitos de meus ex-alunos, hoje são professores também, são arquitetos, engenheiros, médicos, funcionários públicos, comerciantes, enfim, pessoas dignas na sociedade que crescem ou se mantêm com o dinheiro de um suor trabalhado, e não sugado.

Viva o professor que educa o parlamentar e o filho do parlamentar! A todos os professores desse país, um feliz Natal e um bom ano de trabalho e saúde.

Aos parlamentares desse país, um feliz Natal de consciência e um ano cheio de responsabilidade.

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