Em artigo sob o título: "PT, DIREITA, PRECONCEITO, PRÉ-JULGAMENTOS", assinado pelo Sr. Fernando Adorno Vassão Neto, somos qualificados preconceituosos, escribas habituais das revistas virtuais. Cometendo algumas imprecisões, dois somos citados nominalmente (Litoral Virtual 13-10-05).

Sem entender onde teria sido preconceituoso ou discriminatório, de quaisquer que seja, e quais seriam os pré-julgamentos, relembro ao Sr. Fernando Adorno Vassão Neto o que respondi a outro crítico, supostamente bem intencionado como Ele, no breve artigo: "Os Abutres não são os Professores". "Os que escrevemos artigos ou ensaios não temos a pretensão ou ilusão de que os leitores concordem plenamente com nossas idéias. A discordância leva ao enriquecimento mental e à criação de novas idéias. Ideais esses de todos aqueles que filosofamos. Todo escriba espera, de seus leitores, interpretarem e assimilarem seus textos no contexto em que são redigidos e publicados". Neste momento acrescentaremos que, as evidências não podem ser negadas e, o que já está provado não tem que ser provado de novo.

Nas suas avaliações, (são bastante para um artigo só), o Sr. Fernando Adorno Vassão Neto, não consegue se libertar de íntimos preconceitos, idéias supostamente pouco amadurecidas e idiossincrasias pessoais e, ao nosso ver, comete falhas (falamos em falhas para não confundir com os "erros-delitos", do Sr. Presidente, que tanto o missivista defende) de análise e interpretação, nos escritos que está lendo, na imprensa virtual.

Não somos filiados a nenhum partido político ou temos carinho especial por este ou aquele. Nenhuma razão para discriminar algum deles. Algumas de nossas idéias sobre Partidos Políticos Brasileiros (são 29) foram expostas, no artigo: "PARTIDOS POLÍTICOS". O PT não foi citado. No texto consta. Nossos partidos "nada significam em termos ideológicos, de filosofia política e projetos de governo". Como bom observador da vida nacional e local, que Vossa Senhoria parece ser, terá percebido que nos assiste razão e verdade. Nesse contexto, o PT e o PL, só se encontraram na campanha eleitoral e nos saques das contas de Marcos Valério, no Banco Rural. Não é discriminação. Não faltam provas. É constatação. É a maior vergonha nacional que eu assisti, em quarenta e quatro anos como cidadão brasileiro!

Dias passados encontrei, por acaso, figura política relevante da atual administração que, para minha surpresa, confidenciou: "As coisas estão muito ruins. Não existem programas de governo e ações coordenadas. Na Educação estamos andando para trás, a passos largos".
A avaliação coincide com a da maior parte dos cidadãos, bem intencionados, não envolvidos em partidarismos, igrejas ou grupos de interesse e que queremos uma Ubatuba próspera, limpa, segura e bem administrada. Para isso, ocupantes dos cargos públicos, tem que estar preparados para desenvolver, produtivamente, as funções que lhes são atribuídas. É um dever do Poder Público e um direito dos cidadãos. Ambos registrados na Constituição Federal. Não há preconceito ou discriminação, em exigir formação de "academia", para aqueles cargos que a função o exige.

No artigo: "PERDIDA NO TEMPO", tratamos a Drª Marilena Chauí com todo respeito e, lamentamos deturpasse a HISTÓRIA RECENTE e citasse personagem folclórico e canhestro da História de Espanha, que poucos no Brasil conhecem e está fora de nosso contexto político e histórico atual. A grande imprensa e a maior parte de seus colegas de academia não foram amáveis com os seus disparates e com os que os apoiaram.

Sobre "os codinomes hilários" (... olha o preconceito!...) não conseguimos enxergar qualquer preconceito em quem registra ou alerta para o fato de que um abaixo assinado para ter valor legal e ser respeitado, como documento, deve ser assinado com o nome completo das pessoas e seu R.G.

Outras considerações sobre: "preconceito evidente contra aqueles que não são formados na ’academia’" (sic). "Ignorância de nosso Presidente" (sic) e outras críticas pouco definidas, o próprio missivista esclarece quando citando o Sr. Ex-Presidente, Itamar Franco, afirma:
Fernando Henrique Cardoso ("este pensa antes de falar"). Luiz Inácio Lula da Silva ("este fala antes de pensar").

Constatação de Ex-Presidente bastante significativa e que merece ser considerada. Será por isso, por não pensar, que, entre outras indelicadezas com os cidadãos brasileiros e com a oposição, o Sr. Presidente nos acusa de estar jogando pragas de "urucubaca" contra ELE e contra o Brasil? Nosso crítico está gostando e aprovando todas as indelicadezas do Sr. Presidente de todos os brasileiros? O Sr. Rodrigo Borges de Campos Neto, desde Brasília, assim escreve: "Com essa declaração, Lula acaba de atestar que, além de bravateiro irresponsável na oposição, ele ainda praticava o quanto pior melhor". (Folha de S.Paulo A3 de 13-10-05). É mais um exemplo de que o espelho continua traindo as pessoas e fazendo que elas, se olhando nele, projetem, para os outros, o que levam dentro.

Recebermos, acusações de discriminação, preconceito e pré-julgamentos, são injustiças que temos dificuldade em aceitar e que o Sr. Fernando A. V. Neto nunca conseguirá provar. Não existem. Foram projetadas no seu espelho. Como todo brasileiro consciente gostaríamos que nossos homens públicos (tanto os locais, como os estaduais e federais) fossem preparados para administrar e evitassem indelicadezas de público. Como ninguém pode dar o que não tem, nos resignamos a viver no meio de "urucubacas" e aceitar, prazerosamente e com todo respeito, as diferenças de foco e análise, assim como as pessoas que, ingenuamente, as praticam.

Nota do Editor: Corsino Aliste Mezquita, ex-secretário de Educação de Ubatuba.