Na pedagogia do afeto, o “acendedor” prepara o ambiente interno do interessado com respeito, com carinho, acreditando e conscientizando de que nele existem dons e capacidades ainda desconhecidas. Depois lança as faíscas criadas pelas artes, na esperança de que elas se transformem em chamas ardentes. É um trabalho sutil, que desperta vontades soterradas há muito pela ignorância e pela imposição das instituições constituídas e praticamente falidas. Um fogo de chama ardente e forte, formado pelas brasas da cultura e do conhecimento, é um processo paulatino, alimentado pelo alento do espírito. Essa pedagogia não funciona com gritos nem com desmandos autoritários. Não adianta obrigar que, na marra, a chama se mantenha acesa. Querer enquadrar o alento do espírito em vontades pessoais e mesquinhas é destruir um trabalho sutil construído com amor e dedicação. A pedagogia da imposição repele. A pedagogia do afeto atrai.
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