Com o controle remoto na mão vou passando pelos canais, dando uma paradinha onde me interessa. Outro dia foi a “SuperNanny” (?). A mãe da família fazia tudo por obrigação: limpava, cozinhava, dava banho em três meninos, enfim aquele modelito que já sabemos. O pai bancava uma casa legal, aulas de música para os filhos e brincava muito com eles. As crianças aprendendo a serem pessoas com eles: não obedeciam à mãe e imitavam o pai. Gente boa, do bem, mas a mulher triste, sem brilho, sem vontade de dar carinho... A “Super” foi na mosca: nessa divisão machista onde toda a parte divertida e boa fica para ele e toda a parte pesada e chata fica para ela. A “Super” conscientizou o casal disso, propôs nova divisão onde ele ajudasse com as tarefas diárias e ela pudesse ter um tempo para ela própria. Se eles seguirem os conselhos da “Super”, vão melhorar muito sua qualidade de vida! O que mais me chamou a atenção nessa história foi a questão da obrigação que está embutida na família, no trabalho e nas relações sociais e institucionais, ou seja, o famoso “tem que”! Tudo que vira obrigação deixa de ser prazeroso. Cadê o prazer de ter uma casa linda, arrumadinha, quando todos só desarrumam? Ou o de fazer uma comidinha gostosa, saudável quando todos só reclamam? Ou o de fazer um trabalho bem feito quando interessa apenas se você marcou o ponto ou não? O tem que é maior, mas não é exclusivo das mulheres, ele também vale para os homens! Agora tem uma coisa, prazer e alegria de viver trazem saúde enquanto obrigação e tristeza trazem doenças. É bom a gente conscientizar isso porque o que precisamos é de consciência para transformar obrigação em prazer e doença em saúde! O que vocês acham?
Nota do Editor: Mariza Taguada, professora de profissão e artista de coração, é paulistana e moradora de Ubatuba (SP) desde os velhos tempos.
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