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22/10/2010 - 12h01
Eduardo Cesar seguindo os passos de Serra
Rui Grilo
 
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Lendo o “Manifesto de cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da vida em Abundância!” fiquei feliz em perceber que há muitas pessoas, de diferentes religiões e partidos, que se preocupam com o significado do que é viver em sociedade e para isso citam o seguinte versículo: “Se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40)

Todos sabem que nesta eleição, Eduardo Cesar foi o coordenador de campanha de Alckmin, da mesma coligação PSDB/DEM que concorre à presidência da república em oposição à Lula. Eduardo é do DEM que entrou na justiça contra o PROUNI, contra as cotas e, portanto, nada tem a ver com LULA. Por isso concordo com as críticas ao Eduardo, justamente porque ele representa os ideais políticos e a forma de governar de Serra.

E a Constituição afirma: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio dos seus representantes eleitos ou diretamente...”

Vindo de onde veio, Lula está preocupado com a democracia real, com a aplicação da justiça para todos e não apenas com a democracia formal, pois aquilo que está escrito na lei, a grande massa da população percebe que é aplicada em benefício de poucos e contra muitos. Quem tem dinheiro para pagar “bons” advogados dificilmente vai para a cadeia, enquanto milhares de presos permanecem presos mesmo depois de ter cumprido a pena devido à morosidade da justiça.

As instituições não são eternas. São frutos da luta política, devendo ser criticadas e aperfeiçoadas. As mudanças que tem sido propostas por Lula são pela via democrática, pelo Parlamento e não pelo golpe. Quem usou e defendeu o golpe para derrubar as estruturas democráticas são aqueles que hoje pedem liberdade de expressão, mas demitem jornalistas que pensam diferente.

O Manifesto dos Cristãos também mostra preocupação com o uso dos meios de comunicação: “...circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como “contrárias à moral”.

No Manifesto em Defesa da Democracia citado por Marcos Guerra está escrito: “Numa democracia, nenhum dos Poderes é soberano. Soberana é a Constituição, pois é ela quem dá corpo e alma à soberania do povo.”

Onde existe o ser humano existe o erro e a corrupção. No entanto, existe um maior controle social e jurídico sobre os poderes executivo e legislativo e pouco sobre o poder judiciário. A imprensa tem noticiado muitos casos de corrupção entre os membros desse poder, inclusive exorbitando de suas funções, se manifestando, explicitamente ou de maneira velada, a favor de uma das facções políticas. Portanto, como confiar cegamente no poder judiciário diante de situações como aquela, fartamente divulgada, em que Gilmar Mendes suspende uma votação depois de um telefonema de Serra.

E o Manifesto dos Cristãos diz :“Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.”

O texto de Marcos Guerra se propõe a uma neutralidade apelando para a defesa das instituições e remete ao site www.defesadademocracia.com.br. Quem se der ao trabalho de ir ao site verá que lá estão em sua grande maioria tucanos e intelectuais que defendem idéias neoliberais, cujos resultados nefastos são sentidos e vivenciados pelas grandes massas populares e não pelas elites. É por isso que ocorrem vários manifestos – de arquitetos, de jornalistas, de artistas, de educadores, de ambientalistas – em defesa do projeto do atual governo federal. Qual desses manifestos representa realmente o que o povo quer? Existe um manifesto mais válido que outro?

Foi esse questionamento de dois pesos e duas medidas que levou à dispensa de Maria Rita Kehl como uma das articulistas do Estadão, uma das instituições (o Estadão) a pregar pela liberdade de expressão e que, no entanto, foi uma das defensoras do golpe militar e que, posteriormente veio a sofrer amargas consequências.

E o Manifesto também diz: “Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer ’Senhor, Senhor’, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.”


Católicos e evangélicos declaram voto em Dilma Rousseff (*)

"Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira", diz manifesto assinado por cristãos católicos e evangélicos. Documento também denuncia campanha de boatos e mentiras que circulam pela internet.

Redação

“Se nos calarmos, até as pedras gritarão!”(Lc 19, 40)

Manifesto de Cristãos e cristãs evangélicos/as e católicos/as em favor da vida e da vida em Abundância!

Somos homens e mulheres, ministros, ministras, agentes de pastoral, teólogos/as, padres, pastores e pastoras, intelectuais e militantes sociais, membros de diferentes Igrejas cristãs, movidos/as pela fidelidade à verdade, vimos a público declarar:

1. Nestes dias, circulam pela internet, pela imprensa e dentro de algumas de nossas igrejas, manifestações de líderes cristãos que, em nome da fé, pedem ao povo que não vote em Dilma Rousseff sob o pretexto de que ela seria favorável ao aborto, ao casamento gay e a outras medidas tidas como “contrárias à moral”.

A própria candidata negou a veracidade destas afirmações e, ao contrário, se reuniu com lideranças das Igrejas em um diálogo positivo e aberto. Apesar disso, estes boatos e mentiras continuam sendo espalhados. Diante destas posturas autoritárias e mentirosas, disfarçadas sob o uso da boa moral e da fé, nos sentimos obrigados a atualizar a palavra de Jesus, afirmando, agora, diante de todo o Brasil: “se nos calarmos, até as pedras gritarão!” (Lc 19, 40).

2. Não aceitamos que se use da fé para condenar alguma candidatura. Por isso, fazemos esta declaração como cristãos, ligando nossa fé à vida concreta, a partir de uma análise social e política da realidade e não apenas por motivos religiosos ou doutrinais. Em nome do nosso compromisso com o povo brasileiro, declaramos publicamente o nosso voto em Dilma Rousseff e as razões que nos levam a tomar esta atitude:

3. Consideramos que, para o projeto de um Brasil justo e igualitário, a eleição de Dilma para presidente da República representará um passo maior do que a eventualidade de uma vitória do Serra, que, segundo nossa análise, nos levaria a recuar em várias conquistas populares e efetivos ganhos sócio-culturais e econômicos que se destacam na melhoria de vida da população brasileira.

4. Consideramos que o direito à Vida seja a mais profunda e bela das manifestações das pessoas que acreditam em Deus, pois somos à sua Imagem e Semelhança. Portanto, defender a vida é oferecer condições de saúde, educação, moradia, terra, trabalho, lazer, cultura e dignidade para todas as pessoas, particularmente as que mais precisam. Por isso, um governo justo oferece sua opção preferencial às pessoas empobrecidas, injustiçadas, perseguidas e caluniadas, conforme a proclamação de Jesus na montanha (Cf. Mt 5, 1- 12).

5. Acreditamos que o projeto divino para este mundo foi anunciado através das palavras e ações de Jesus Cristo. Este projeto não se esgota em nenhum regime de governo e não se reduz apenas a uma melhor organização social e política da sociedade. Entretanto, quando oramos “venha o teu reino”, cremos que ele virá, não apenas de forma espiritualista e restrito aos corações, mas, principalmente na transformação das estruturas sociais e políticas deste mundo.

6. Sabemos que as grandes transformações da sociedade se darão principalmente através das conquistas sociais, políticas e ecológicas, feitas pelo povo organizado e não apenas pelo beneplácito de um governante mais aberto/a ou mais sensível ao povo. Temos críticas a alguns aspectos e algumas políticas do governo atual que Dilma promete continuar. Motivo do voto alternativo de muitos companheiros e companheiras Entretanto, por experiência, constatamos: não é a mesma coisa ter no governo uma pessoa que respeite os movimentos populares e dialogue com os segmentos mais pobres da sociedade, ou ter alguém que, diante de uma manifestação popular, mande a polícia reprimir. Neste sentido, tanto no governo federal, como nos estados, as gestões tucanas têm se caracterizado sempre pela arrogância do seu apego às políticas neoliberais e pela insensibilidade para com as grandes questões sociais do povo mais empobrecido.

7. Sabemos de pessoas que se dizem religiosas, e que cometem atrocidades contra crianças, por isso, ter um candidato religioso não é necessariamente parâmetro para se ter um governante justo, por isso, não nos interessa se tal candidato/a é religioso ou não. Como Jesus, cremos que o importante não é tanto dizer “Senhor, Senhor”, mas realizar a vontade de Deus, ou seja, o projeto divino. Esperamos que Dilma continue a feliz política externa do presidente Lula, principalmente no projeto da nossa fundamental integração com os países irmãos da América Latina e na solidariedade aos países africanos, com os quais o Brasil tem uma grande dívida moral e uma longa história em comum. A integração com os movimentos populares emergentes em vários países do continente nos levará a caminharmos para novos e decisivos passos de justiça, igualdade social e cuidado com a natureza, em todas as suas dimensões. Entendemos que um país com sustentabilidade e desenvolvimento humano – como Marina Silva defende – só pode ser construído resgatando já a enorme dívida social com o seu povo mais empobrecido. No momento atual, Dilma Rousseff representa este projeto que, mesmo com obstáculos, foi iniciado nos oito anos de mandato do presidente Lula. É isto que está em jogo neste segundo turno das eleições de 2010.

Com esta esperança e a decisão de lutarmos por isso, nos subscrevemos:

(*) Fonte: Católicos e evangélicos declaram voto em Dilma Rousseff


Rui Grilo
ragrilo@terra.com.br

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