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COLUNISTA
Rui Grilo
03/08/2015 - 09h00
Lua azul
 
 

Lua azul é a expressão usada para designar a segunda lua cheia que ocorre em um mesmo mês. Isto ocorre em intervalos de dois anos devido à diferença no tempo de uma lua cheia até a próxima, de 29,5 dias e a duração dos meses que possuem de 28 a 31 dias. (*)

Passando pela Praça Capricórnio [em Ubatuba, SP], senti um encantamento pela beleza do disco prateado iluminando o mar. Ouvi dizer que neste período estamos passando pelo fenômeno chamado lua azul, um fenômeno raro. Diz-se que uma pessoa que está numa fase boa, ou quando acontece alguma coisa fora do comum, está na fase da lua azul. Logo depois sentiria o mesmo encantamento ao ver o show de Moraes Moreira e seu filho Davi. Muitas vezes, ao sentir-me tocado pela beleza da música, senti a grandeza da criatura humana por ser capaz de criá-la com muitos e variados recursos, inclusive com o próprio corpo, mesmo os povos mais primitivos.

Alguma vez na vida ouvi dizer que o homem para se sentir realizado, precisa realizar três coisas: fazer um filho, plantar uma árvore e escrever um livro. Tenho um casal de filhos, plantei muitas árvores e participei da elaboração de dois livros criados coletivamente. Eu me lembro que um vizinho que tinha quatro filhos homens me perguntou o que tínhamos feito para conseguir acertar e ter um casal tão bonito.

E quase todos os dias, ao olhar o mar e a paisagem que me rodeia sinto uma sensação de felicidade por morar em um lugar tão bonito.

No entanto, a minha grande frustração é não ter ido ao Corcovado e saber que não tenho mais condições de realizar esse sonho. Mas isto é muito pouco porque fiz quase tudo que queria ou desejava: casei com a mulher que desejava e com quem vivi quarenta e um anos; viajei por grande parte dos lugares que queria conhecer. Muitas vezes, quando vejo reportagens sobre destinos turísticos notáveis, sinto uma sensação de prazer interior porque muitos deles são lugares que já visitei.

Desde criança meu projeto de vida era conhecer primeiro o Brasil, especialmente o Amazonas, para depois viajar para o exterior. É verdade que, pelo seu tamanho, pelo custo e pelo tempo necessário, é impossível conhecer todo o país. Assim, o que conheço é pelo menos uma cidade ou município de cada estado. Não estive apenas em Roraima, Rondônia, Acre e Amapá. Tocantins vou visitar brevemente.

Confesso que um dos lugares que me causou maior satisfação e emoção foi a visita a casa de Cora Coralina, em Goiás Velho. E também me encantei com Pirenópolis, onde são realizadas as Cavalhadas, uma representação das lutas entre mouros e cristãos.

Recentemente, em curto espaço de tempo, estive em Santa Marta, na Colômbia, na casa onde Bolivar morreu, e logo em seguida, em uma casa onde viveu, em Lima, no Peru, e onde ainda há uma figueira que ele plantou. Muito antes, na década de 90 havia estado em Sucre, capital legislativa da Bolívia, onde Bolivar escreveu a Constituição Boliviana. Uma coisa que pude perceber nessas viagens pela América do Sul e Central é o grande respeito que os povos de língua castelhana tem por Bolívar.

Em Havana, fiquei hospedado próximo à casa onde nasceu José Marti, o intelectual mais importante de Cuba, cujas idéias influenciaram Fidel. Sempre que via imagens da Praça da Revolução, imaginava que aquele monumento era dedicado a Lênin. Assim, foi uma surpresa verificar que era dedicado a Marti. Senti o quanto somos ignorantes sobre a história de nossos vizinhos.

Sempre tive vontade de conhecer o Egito, a Itália, a Grécia e Israel. Não consegui ir ao Egito, mas visitando o Peru, o México e Honduras percebi o quanto somos colonizados pela cultura branca e europeia. Queremos conhecer o Egito e suas pirâmides e ignoramos todo o conhecimento produzido pelos maias, incas e astecas. Visitar as ruínas de Copan, em Honduras é uma experiência inesquecível. Quando se entra no parque, depois de uma breve caminhada, chegamos a uma espécie de praça, toda gramada, cercada de grandes árvores onde podemos observar ao mesmo tempo um bando de araras multicoloridas e vários monumentos arqueológicos. E sinto ter deixado pouco tempo para a Guatemala, porque quem conhece diz que as ruínas de Tikal, na região de Petén, são mais majestosas.

Outra grande surpresa foi conhecer as ilhas artificiais e os canais de Xochimilco, no México. Pelos canais circulam barcos muito coloridos, uns repletos de turistas, outros vendendo mercadorias ou conduzindo grupos de mariachis cantando suas músicas a troco de gorjetas ou com preços estipulados e negociados com os turistas. Ao lado dos canais, muitas plantações e mercados de flores variadas. É uma visão inesquecível.

E ao rememorar essas experiências me vem uma grande sensação de satisfação, de paz e de alegria.

(*) Wikipédia


Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
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