Agosto mês dos pais, do folclore e de cachorro louco... Antigamente também fazia frio e era um mês comprido de passar... Hoje tudo mudou, menos nessa pobre e querida cidade... Não é questão apenas de "falar mal" e sim de nos conscientizarmos de quem somos enquanto povo que habita esse lugar. Então quem somos nós? Como nos relacionamos com o lugar onde vivemos? Esse lugar está sendo bem tratado e com respeito? Conhecemos bem esse lugar? Por que um lugar tão rico de belezas naturais e com um solo fértil abriga um povo pobre (e não só pobreza financeira porque tem muita gente de dinheiro, mas uma pobreza muito maior que é a da ignorância dos valores mais essenciais como os culturais e os espirituais)? Em vez de ficarmos nos culpando uns aos outros, o melhor seria agir - ações imediatas. Aliás, já estamos bem atrasados, pois nossas vizinhas do norte e do sul já deram esse passo... ou seja, o de estabelecer uma administração pública moderna de visão sustentável e inclusiva. Vejo até que nossa atual administração está tentando passos tímidos nessa direção e é compreensível, pois a rigidez, a imobilidade mantida por uma mentalidade invasora de "tudo para mim, nada para você" impõe pesadas barreiras a toda e qualquer mudança! O grupo folclórico e alegórico O Guaruçá foi novamente convidado pela Fundação Cultural de Caraguatatuba a apresentar-se lá, no evento comemorativo ao folclore, ou seja, nas sextas-feiras deste mês, na praça da Matriz do meio-dia às duas, vários grupos de cultura popular da região estarão se apresentando. Dia 12 fomos nós. Para nós é uma grande satisfação e um imenso incentivo. Começa pelo tratamento carinhoso, atencioso, profissional e competente com que nos recebem e ao qual procuramos corresponder dando o melhor de nós... isto só dá frutos positivos... A comparação entre as mentalidades das duas cidades é fatal! São dois pontos cruciais: a competência (investimento na educação) e a identidade do povo (investimento na cultura). Eles, de Caraguá, gastam sem dó o que é necessário para valorizar a cultura do lugar, que fala dos seus bens e valores mais fundamentais e que diz respeito à sua própria sobrevivência futura. Se nós mesmos estamos destruindo nosso lugar, o que será de nós amanhã? A nossa cultura é a mesma que a deles: a cultura caiçara. Vamos democratizá-la. O artista vai onde o povo está e fica feliz. Foi um ótimo dia de agosto!
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