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Crônicas
16/09/2005 - 17h16
Cultura caiçara
Mariza Taguada
 

Caiçara é palavra indígena que significa "cerco de peixes", um lugar cercado. Os índios denominaram essa região de caiçara por estar cercada pelo mar e pela serra. Este lugar refere-se a todo litoral paulista e sul-fluminense.

Segundo o que atestam os sambaquis já descobertos nesta região há mais de dois mil e quinhentos anos o ser humano já habitava esse lugar e ao longo desses milênios vem desenvolvendo a cultura caiçara, ou seja, modos específicos de pensar, agir, sobreviver e conviver com essa natureza cercada pela serra e pelo mar.

Podemos ver a cultura caiçara em três momentos distintos.

O primeiro refere-se a ocupação do lugar pelos povos indígenas por mais de dois mil anos, sendo que os Tupinambá foram seus últimos representantes.

A partir do século XVI o lugar foi gradativamente ocupado por europeus de origem francesa e principalmente de origem portuguesa. Esse é o segundo momento quando a cultura caiçara recebe os usos e costumes impostos pela colonização. A miscigenação entre índios e brancos formadora do povo brasileiro aqui adquire as feições da sua geografia.

Viveu o povo caiçara quase em perfeita harmonia com a natureza que o cercava, bastante isolado do resto do mundo até a segunda metade do século XX quando a construção da rodovia Rio-Santos facilitou o acesso a esse local de inusitadas belezas... Nova invasão... o modo de ver caiçara foi inundado por todo tipo de cultura, vindas não só de seus novos habitantes, como de sua inserção ao mundo das tecnologias e das mídias.

Esse é o nosso momento: o conhecimento milenar, contido na cultura caiçara, que ensina o conviver em harmonia com o meio que nos cerca está desaparecendo e isso se reflete claramente ao nosso redor onde a exuberante natureza a cada dia perde parte de seu brilho e principalmente de suas riquezas. O que fará o habitante deste lugar quando as praias estiverem todas ainda mais poluídas, os morros pelados, a cidade mais suja e desleixada? Detona tudo e acabou? Estamos destruindo nosso próprio ganha-pão, nossa sobrevivência enquanto espécie por falta de educação e consciência.

O mundo já entrou no nosso cercado, está na hora de ampliarmos nossa visão e começarmos agir movidos por algo maior que o interesse próprio, ver que só podemos melhorar se for coletivamente, incentivar o aprender para todos, pois é assim que os povos de outros lugares estão fazendo. È preciso valorizar o progresso pessoal através do desenvolvimento das capacidades inatas dos nossos cidadãos e isso só é possível através da vontade de aprender.

A cultura caiçara é o manancial, a fonte que pode nos dar nossa identidade de povo de serra e mar, que pode nos ensinar a retirar nosso sustento sem destruir nosso lugar e que pode restituir a alegria de viver cercado por tanta beleza natural.

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