| Arquivo UbaWeb |  | | | Toninho Xerife. |
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Ubatuba, como qualquer outra cidade de porte médio para pequena, é pródiga em possuir figuras engraçadas ou folclóricas. Algumas esquisitas, outras pelo astral e fluência para contar fatos reais ou inventados, tornaram-se referências para qualquer boa rodinha, naqueles momentos dedicados ao lazer, a preguiça e ao puro e simples jogar conversa fora. Toninho Xerife era uma dessas pessoas, que tinha o dom de transformar qualquer fato, o mais cotidiano e banal que pudesse parecer, em algo assim estratosféricamente engraçado ou surpreendente, a ponto de prender totalmente a atenção de quem tivesse o privilégio de estar ouvindo. Contava muitos fatos sobre pescarias, o Eduardo Souza foi colega de pescaria do Toninho Xerife e com ele nessas artes sempre se deu muito bem, alguns desses episódios que Xerife contava realmente eram por ele presenciados "in loco", outros inventados mesmos, pois que imaginação não era problema para aquele bom caiçara. O fato é que, onde estivesse o Xerife o bom humor, as boas tiradas e a alegria, estavam também presentes e garantidas. Xerife se foi, já há algum tempo para o andar de cima, de certo deve estar alegrando muito lá no céu, agora nós que aqui, não estamos reclamando, graças a Deus ficamos e que tivemos a sorte de privar de alguns momentos juntos com esse excelente e imaginoso caiçara, e que admirávamos a verve do grande contador de causos de nossa cidade, sentimos bastante a sua partida. O certo é que Xerife cumpriu integralmente sua missão, qual seja sem dúvida, que era a de dar um toque especial de alegria ao deslumbrante cenário natural desta cidade, que certamente tanto amou. Xerife foi para Ubatuba, sem sombra de dúvida, uma figura caiçara de expressão maior, e merece continuar vivo na memória da cidade onde viveu, trabalhou honestamente e nas horas vagas com suas histórias impressionantes e alegres, ainda proporcionou a seus conterrâneos, momentos de alegria ímpar. Valeu, Xerife!
Nota do Editor: Aládio Teixeira Leite Filho é natural de Ubatuba e se auto-intitula: "um escrevinhador caiçara".
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