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COLUNISTA
Aládio Teixeira
01/05/2005 - 16h32
Ubatuba sem memória
 
 

Quando eu era um cui de gente, brincava livremente num imenso, verde e perfumado ciosal. Até hoje minhas narinas estão impregnadas pelo saudoso aroma daquela planta, que naquela época, por aqui ainda abundava.

Lembro de um rio caudaloso, metido a Zé Pabulagem, similar ao de uma poesia que li no primário, sobre o qual se debruçavam frondosos ingazeiros, seus bagos, os que caiam na água, em redemoinhos seguiam para o inexorável destino do rio que é de sempre dar ao mar.

Quantas vezes sem ordem de mamãe, escondido, não me juntei ao bando de moleques que iam se divertir em memoráveis banhos no querido rio do Matadouro, hoje irremediavelmente morto, finado para sempre...

Lembro de seu Tomas Sarapuca, pulando com as muletas e gritando gostosamente:

- Eu sou do Ubatumirimmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm!!!

Esse orgulho era bonito de se ver, pois era sincero, despretensioso, vindo de dentro d’alma, de alguém que de fato amava incondicionalmente sua terra.

Lembro principalmente dos barquinhos que batiam religiosamente na madrugada os motores na barra e partiam vagarosamente em direção ao mar, devolvendo silêncio aos justos que ainda dormiam em madrugadas calorentas ou chuvosas.

Lembro do carro de boi de seu Filetinho ou do seu Bem, cortando lentamente, sobre a batuta dos chiados das rodas, a cidade transportando areia ou lenha, do colorido psicodélico das camisas do carnavalesco Biscoito, que morava na rua Coronel Domiciano, sua sala constituía-se pública, já que os desafortunados sem TVs não perdiam as novelas e toda a programação da televisão, assistindo na casa do generoso Biscoito.

Lembro das pontes de madeiras sobre o rio Grande, sobre o ponto de vista estético, tão maravilhosas em sua simplicidade, poderiam ter sido civilizadamente preservadas, e constituir-se hoje, em uma de nossas espetaculares atrações turísticas, assim como os vários casarões e tantas outras coisas de nossa cultura, insensivelmente negadas ao futuro, pela usura e pobreza de espírito de alguns...


Nota do Editor: Aládio Teixeira Leite Filho é natural de Ubatuba e se auto-intitula: "um escrevinhador caiçara".
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