Antigamente, até por dificuldade com relação a transportes, os moradores das cidades mais afastadas da capital, dificilmente se dispunham à grande aventura de irem ter a mesma, só em casos de estrita necessidade, tais como: casos de doenças, ou alguma questão burocrática que só pudesse lá ser resolvida. Foi o que aconteceu com um prefeito de uma certa cidade, que em tempos idos, teve que se sujeitar à desconfortável viagem até a capital, parte dela feita em lombo de cavalo e outra de ônibus, para participar de uma importante reunião com o governador, onde seria tratada a liberação de algumas verbas para as cidades. Ocorreu a reunião, os objetivos do prefeito amplamente alcançados, na saída do palácio dos Bandeirantes, o assessor do governador lhe disse que pediria um táxi para ele, ao que o prefeito incontinente respondeu: -Não carece não moço, eu não tomo bebida arcólica! * A mulher do prefeito, o mesmo que não tomava bebida arcólica, nunca tinha vindo a nossa cidade e também nunca tivera a oportunidade de conhecer o mar. Num belo fim de semana, o prefeito e a família resolveram vir a Ubatuba, para gozar as delícias da praia do Perequê-Açú, tomaram banho de mar, comeram camarão frito e casquinha de siri a rolar, enfim, se divertiram como nunca. Ao voltar para seu querido torrão, a mulher do prefeito não perdeu tempo, começou a contar aos amigos, ou seja, para a cidade inteira, sobre o maravilhoso dia que passara em Ubatuba. Dizia ela então: - Sabe comadi, fui para Ubatuba, tomei bastante banho de mal, mais foi tanto, tanto, que passou da conta e acabei passando mar!
Nota do Editor: Aládio Teixeira Leite Filho é natural de Ubatuba e se auto-intitula: "um escrevinhador caiçara".
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