Nenê Velloso      Croqui.

Veja este quádruplo homicídio cometido contra a cidade. A maior preocupação do topógrafo Roberto Nielsen, era com o prolongamento da avenida Professor Thomaz Galhardo e avenida Dona Maria Alves, que teriam os seus leitos alargados em 2,00 metros e prolongados até a futura BR-101. Já a rua Condessa de Vimieiro, terminava em frente do antigo Matadouro Municipal (veja a seta no croqui) e para dar continuidade, o prefeito Matarazzo, desapropriou uma área no bairro do Monte Valério, construindo um novo Matadouro Municipal, sendo o antigo, demolido anos depois. A rua deu prosseguimento, mas não atingiu a sua finalidade, que era atingir a futura Rodovia Rio Santos - BR-101 e, a avenida Rio Grande do Sul seria prolongada até a rua Condessa de Vimieiro, formando um anel viário, aguardando a nova estrada de Taubaté/Ubatuba - Rodovia Osvaldo Cruz - SP-125.

O primeiro sucessor foi o Dr José Alberto dos Santos, neste governo houve um desmembramento clandestino denominado Chácara dos Anagros, daí desencadeando vários outros, e ainda o fechamento de uma grande vala ali existente para escoamento de águas pluviais da vizinhança (vala importantíssima). E a rua Condessa de Vimieiro só prosseguiu 150 metros, inviabilizando a implantação desse projeto primordial para a cidade. Agora, o prefeito que quiser implantá-lo, terá que desembolsar milhões de reais em desapropriações. E tudo isso aconteceu com a anuência da prefeitura. Eu tenho certeza que este prosseguimento é inevitável. Um dia vai ter que ser implantado, inclusive o nosso modesto anel viário que é de grande valia para nossa cidade. Custe o que custar!

A rua Condessa de Vimieiro, não teve sorte mesmo, duas vezes obstruída, sendo a última, a mais grave, obstrução cultural, praticada pelo farmacêutico mais badalado da cidade, usando sua influência no meio político, dividiu a rua (que levava o nome da donatária da Capitania de São Vicente, que foi quem doou à Dona Maria Alves, vasta extensão de terras que compõe hoje o território do Município de Ubatuba, que por sua vez doou uma légua em quadra a Jordão Homem da Costa, para que este fundasse a Vila de Ubatuba, no mesmo local onde existiu a aldeia de Iperoig) em dois nomes, permanecendo o nome da Condessa, em um pequeno trecho, a partir da avenida Iperoig até a praça Nóbrega e dali para frente, denominando-a de Cel. Ernesto de Oliveira Gomes, o nome de seu pai, "Um coronel que nunca recebeu soldo", se igualando ao nível da Condessa de Vimieiro. Este foi um ato criminoso praticado contra a história de Ubatuba e do Brasil, pelo homem considerado da cultura, o historiador endeusado pela mídia local e por meia-dúzia de turistas, e mais um punhado que fixou residência aqui, que viviam no anonimato (e ainda vivem). Os famosos puxa-sacos. Quê para os caiçaras do centro e da gema, aonde eu me incluo, não representam nada! Nada!

Fique ligado que deste assunto nós vamos falar em outra matéria, intitulada ANJOS DA SAÚDE. Vinte anos depois, Paulo Ramos em seu primeiro mandato, 1993/1996, cometeu o erro, jogando uma pá de cal, quando construiu esse nojento calçadão, bem na principal artéria viária da cidade, obstruindo o outro extremo da avenida Dona Maria Alves (Antiga rua do Comércio). Hoje transformado em um depósito de bicicletas velhas e outros, que juntando todas, não se consegue fazer uma, mostrando bem, a miséria arrastada para Ubatuba, pelos nossos políticos e com anuência dos chamados ambientalistas e outros, transformando-a em um imenso albergue, ao contrário dos anseios dos migrantes de bem, empresários ou não e do povo nativo. Até o secretário de Arquitetura e Urbanismo da época, o eng. Rezende, protestou veementemente, a ponto de encabeçar um abaixo assinado.

Mesmo assim, prevaleceu à vontade do prefeito, faltando somente o secretário entregar o seu pedido de demissão em caráter irrevogável. Mas, das gordas tetas da prefeitura ninguém quer largar. Enquanto as outras cidades, implantaram seus calçadões em ruas secundárias, ex: - Caraguatatuba, Taubaté e Sao José dos Campos, o nosso prefeito (Paulo Ramos) teve que imitar a sua colega Erundina, que assassinou o cartão postal da Capital Bandeirante, transformando em calçadão, um trecho da avenida São João, a partir do Vale do Anhangabaú até a rua Conselheiro Crispiniano, e o reflexo negativo desse calçadão atingiu até a Av. Ipiranga / Av. São João e adjacências da esquina mais nevrálgica do Brasil, tão bem retratada pelo compositor e cantor "Caetano Velloso", fechando todos os grandes magazines da época, com suas vitrines multicoloridas, farmácias, bares, restaurantes e cinemas. Até o tradicional "Bar e restaurante Brahma" fechou, reabrindo mais tarde. E a última vez que lá estive, o restaurante que ocupava toda a esquina, estava reduzido a uma portinhola de frente para a Av. Ipiranga. Os prédios hoje, se encontram em péssimo estado de conservação, somente o prédio do correio é conservado.

E 40 anos depois... Nada mudou, tudo piorou.

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