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COLUNISTA
Nenê Velloso
25/08/2005 - 14h02
Construindo o passado - 1964-2004 - 8/8
 
 
Esperando a futura Rio-Santos - BR-101
Nenê Velloso 

O Jardim Anchieta foi o primeiro loteamento aprovado na praia Grande. Depois foi o Cidade Regina em 1955, de propriedade do nosso maior empreendedor, Dr Lycurgo Barbosa Querido, taubateano fanático por Ubatuba, hoje esquecido. O pioneiro loteador e construtor implantou vários loteamentos com largas ruas e avenidas, era sua marca registrada. Implantou também a primeira imobiliária em Ubatuba: Departamento Imobiliário Central e o Sindicato dos Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo, em um prédio na rua Dona Maria Alves nº 151, de propriedade do Sr Félix José Francisco, pai do nosso popular advogado Dr Herbert, chamado carinhosamente pelos caiçaras, de "Betinho do Seu Félix". Licurgo também fundou "A Tribuna Caiçara" em 1948 e "A Tribuna de Ubatuba" em 03-07-1951, sendo acionista da "Cia.Telefônica Tupi" (hoje Telesp), inaugurou em abril de 1961, o Centro Telefônico de Ubatuba e o primeiro Táxi Aéreo com vôos regulares São Paulo - Ubatuba, e muito mais.

Em 1965, foi aprovado o loteamento Jardim Praia do Sol, de propriedade de Djalma Freixo, família rica da cidade de Santos, respeitando rigorosamente as diretrizes exigidas pelo SPU, Setor de Planejamento e Urbanismo, dando prosseguimento a avenida Profº Lauristano e observando os 15 mentos da avenida Marginal, conforme, o decreto estadual nº 13.626, de 21/10/1943 e a lei municipal nº 5, de 26/04/1956 do Dr José Alberto dos Santos.

A avenida Profº Lauristano se encontra obstruída depois da rua Engº João Ortiz, e com um agravante, foi permitida uma construção bem no meio da avenida, veja a seta (croqui). Se não bastasse tudo isso, ainda foi aprovado pela prefeitura em 1983, um desmembramento de propriedade de Agostinho Ardito, não respeitando as diretrizes. O Jardim Anchieta, tendo sido aprovando antes do Cidade Regina, é claro que não poderia ter deixado espaço para esta avenida, mas na 2ª aprovação em 1961, no governo de Wilson Abirached, não poderia ser aprovado sem deixar espaço reservado para dar prosseguimento à avenida Profº Lauristano.

Veja que a avenida marginal não foi respeitada pela maioria dos loteadores e depois invadida por vários proprietários lindeiros, sendo quê, os espertinhos não construíram na avenida Marginal, usaram como área de lazer. "Estão na Moita". Nota-se também que não há interesse do poder público em rever e reverter esta situação. "E Ubatuba que se exploda". O croqui mostra que o Jardim Praia do Sol foi o único que se enquadrou às leis, Estadual e Municipal, recuando os 25 metros da faixa de reserva de domínio do DER, a partir do eixo da rodovia, mais 15 metros da avenida Marginal e mais 4 metros para dar início à edificação, perfazendo um total de 44,00 metros de recuo a partir do eixo da rodovia. Consta na planta aprovada e registrada em cartório que a avenida Atlântica, tem 11,00 metros de largura e mais a reserva de 25,00 metros da faixa de domínio do DER, partir do eixo, totalizando 36,00 metros, mas, inexistente in loco, faltando ainda mais 4,00 metros de recuo para a edificação. É de se lamentar que o rigor da lei só tem sido aplicado aos inimigos do Rei.

Esta marginal foi pavimentada no governo Zizinho, até mais ou menos no local da invasão. Ficou perfeita, mas só para ser olhada com o binóculo ao contrário, porque in loco é um desastre. Depressões, ondulações, bloquetes frágeis, sem acabamento, desgastados, com aspecto de "Areia Mijada". Esta avenida marginal da praia Grande e mais as avenidas 9 de Julho, parte da avenida Padre Manoel da Nóbrega e avenida Governador Abreu Sodré, não poderiam ter sido liberadas como obras concluídas, porque estavam precisando de reparos, mesmo antes de ser liberada ao trânsito, por isso, o engenheiro da prefeitura deveria ter sido responsabilizado civil e criminalmente. A cidade não pode e não deve ficar no prejuízo. Mais uma vez, o dinheiro do contribuinte jogado no lixo. Agora esperamos que o jovem prefeito Eduardo César, não permita que se repita tal fato.

Dos três componentes que elaboraram o plano viário da cidade, dois já faleceram. O auxiliar e desenhista BIP, faleceu em 07-03-1992, e o autor do projeto, o Sr. Roberto, com mais de 80 anos, faleceu em 2004, restando somente eu, que ainda guardo a única cópia que restou desse fantástico Plano Viário, na esperança de aparecer um prefeito macho, no bom sentido da palavra, para tirar esse plano do papel e passar para o chão. Agora, o prefeito Eduardo César é o 11º sucessor. Espero que reveja este projeto, porque esse é o único caminho para tirar o município desse atoleiro em que se encontra, gerado pelos próprios políticos, a turminha do quanto pior melhor, e mais esse modelo ambiental, que não conseguiu conservar o que o caiçara preservou, arrastando para cá, a miséria, estagnação, e ainda transformou o povo caiçara, em intruso dentro de sua própria terra.

Seu Filhinho quando foi prefeito em 1936 e 1945 (nomeado), dizia: sapo de fora, aqui não chia. Se chiar... sobe a serra no chicote. Se implantarmos hoje essa filosofia, provocaríamos um congestionamento na rodovia Osvaldo Cruz - SP-125, de Taubaté até Paraty. Bem que Ubatuba está precisando disso.

Ubatuba, essa estância balneária com quase 100 praias, freqüentada no passado só por magnatas, hoje transformada em uma estância falida em todos os pontos de vista. O turismo náutico, que era nossa única esperança fracassou. Jamais teremos uma marina à altura do que Ubatuba merece. O comentário já é geral, de Paraty a Ilhabela, quando se fala em marinas e citam o nome de Ubatuba, logo dizem: - Lá não tem marinas, são Favelas Náuticas. Agora passamos por mais esse vexame, devido ao modelo ambiental implantado aqui, não se consegue atrair os grandes investidores do ramo e muito menos da construção civil. O prefeito Eduardo César tem que dar uma porrada na mesa para voar cavacos até pra trás da serra e dar um basta nessa intransigente política ambiental. Enquanto isso, a nossa pequenina vizinha Paraty, vai de vento em popa, intensa movimentação das marinas, aeroporto lotado com mais de 15 aeronaves estacionadas nos fins de semana. Enquanto isso... no aeroporto Gastão Madeira em Ubatuba, nem Teco-Teco.

Paraty hoje, me lembra Ubatuba do passado, onde os caiçaras nativos conviviam harmoniosamente com os magnatas, "Chamados de os Bacanas", um casamento que deu certo, e que só foi interrompido, quando foi implantado esse famigerado parque ecológico. "A cidade em que não há corrida imobiliária, é cidade morta". Esta é a situação em que vivemos e não se vê horizontes. Este projeto da malha viária tem que ir para o chão no seu original e tudo o que foi construído na sua frente, será demolido. Jamais deve ser adequado aos erros cometidos pós Matarazzo. Faça isso Prefeito Eduardo César e passe para a história, ficando ao nível de Matarazzo, caso contrário, será apenas mais um prefeito de Ubatuba. Ubatuba precisa de um projeto global, partindo dos quatros cantos da cidade ao mesmo tempo. Eu só espero, que o prefeito não se preocupe em construir uma obra "Símbolo ou Vitrine", porque se isso acontecer, será uma pá de cal, jogada definitivamente em cima de Ubatuba.

O "Túnel do Velloso" (vide croqui), é uma homenagem ao meu tataravô paterno, Antonio Domingues Velloso, que comprou 216 braças de terras, no canto sul da praia Grande, quando aqui chegou nos primórdios da fundação. Era imigrante da cidade de Braga - Portugal.

E 40 anos depois... Nada mudou, tudo piorou.

FIM


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Nota do Editor: Francisco Velloso Neto, é nativo de Ubatuba. E, seus ancestrais datam desde a fundação da cidade. Publicado no Almanak da Provícia de São Paulo para o ano de 1873. Envie e-mail para thecaliforniakid61@hotmail.com.
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