busco tanta coisa nessa vida mas o que eu queria mesmo, de verdade era entender o motivo da busca, o porque da ansiedade que aperta meu peito essa vontade de amor, compreensão e respeito Por que, a dependência insana do outro a loucura por um triz um simples beijo pra ser feliz essa minha capacidade estúpida de me entristecer com as mazelas do mundo a guerra infindável no Oriente Médio a fome crônica dos somalianos a pobreza de espírito dos seres humanos E a minha infinita impotência diante da vida... O que fazer, oh Deus para deixar em paz o meu coração? buscar-te na imensidão do meu ser e encontrar, por vezes, apenas um leve sussuro sutil amostra de sua presença em meu pequenino entendimento surdo, cego e desesperado? Existirá realmente uma inteligência suprema que a tudo criou ou aquele a quem chamamos Deus é essa coisa infinita abstrata e bela o insondável universo que é a soma de todas as coisas desde o mais asqueroso de todos os vermes até a mais brilhante estrela ou será Deus ainda o equilíbrio de tudo isso o mau e o bom o bem e o mal bonito-feio claro-escuro yin/yang, ôm, sarava, amor... Aqui, no meu quarto O mais profundo breu Restam-me: Caneta, miolos e silêncio Ou ainda Fé, esperança e certeza Dentro de mim O universo infinito A encarnação de um Deus Mulher Homem Verme Luz Breu.
Nota do Editor: Aline Rezende é jornalista, meio poeta, um tanto quanto caiçara e completamente utópica.
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